A série Fire Emblem é uma franquia bem-sucedida, com uma forte presença no Japão e reconhecida como um clássico dos jogos da Nintendo desde a época do Nintendinho. Nos últimos anos, a Nintendo tem trabalhado para levar a franquia ao público ocidental, e seus esforços foram recompensados com a crescente popularidade de Fire Emblem nos jogos para Nintendo 3DS, o que abriu portas para a franquia no Nintendo Switch, com o lançamento bem-sucedido de Fire Emblem Three Houses.
O sucesso da franquia e do último jogo resultou em uma crescente demanda por novas experiências de estratégia de estilo JRPG e personagens marcantes, fazendo com que Fire Emblem Engage fosse amplamente esperado pelos jogadores de Nintendo Switch ao redor do mundo.
Com um enfoque em visuais vibrantes e fantásticos, Fire Emblem Engage trouxe (mais) um novo impulso para o Nintendo Switch, superando expectativas técnicas e equilibrando a jogabilidade já conhecida com simplicidade e toques nostálgicos.
Esta é a nossa análise de Fire Emblem Engage, que chegou ao Nintendo Switch em 20 de janeiro. A chave digital do jogo nos foi gentilmente cedida pela Nuuvem.
Uma história que… engaja!
O protagonista desta história é Alear, um personagem que carrega o peso de ser o Divine Dragon, ou o Dragão Divino, traduzindo livremente, já que o jogo não conta com dublagens nem legendas em PT-BR.
Entendemos ao longo da trama que o posto divino é responsável por conter o mal com o apoio de hordas de aliados e dos Emblems, figuras heróicas que são referências em combates e capazes de se manifestar como poderosos aliados.
O Divine Dragon foi selado por mil anos, e a história começa com o seu despertar, que era amplamente esperado por aquela geração de guerreiros. Com lapsos de memória e diversas situações para testar seu valor como guerreiro, a missão do protagonista é impedir o despertar do Dragão Soldron, reunindo os 12 anéis dos Emblems. Aqui vale deixar uma salva de palmas para a cinemática que abre o jogo, que, além de ser uma música inteiramente cantada em inglês, se concentra muito nos Emblems e seus respectivos anéis e é um show à parte em termos visuais.
Apesar de não reinventar a roda, o enredo cativa e justifica o suficiente a motivação dos personagens e jornada do protagonista. Assim como em demais jogos, você pode selecionar a versão feminina ou masculina do herói.
Jogabilidade se mantém complexa enquanto fortalece o simples
Os doze anéis, além de terem um papel importante na história, também apoiam a jogabilidade. Com o objetivo de celebrar a franquia, diversos rostos conhecidos do JRPG aparecem e arrancam sorrisos até mesmo dos jogadores novatos, já que muitos deles compõem o elenco de Super Smash Bros. há anos. O padrão de mecânicas está ainda mais refinado, com o modo Casual, que não eterniza as perdas nas batalhas e mantém forte o foco apenas em gerenciar sua sobrevivência com posições estratégicas no mapa.
A interação com os Emblems é um diferencial na jogatina, já que com o novo Modo Engage, o protagonista e um Emblema lendário se unem, criando combinações e ataques únicos, com potencial muito maior que ataques tradicionais. Como nada nesta vida vem de mão beijada, para usar o Engage é preciso carregar a barra de Bond e após ativado, durará apenas 3 rodadas.
Os laços moldam quase toda a jogabilidade de Engage, o que estimula o jogador a sempre procurar e nutrir as combinações em que acredita e quer fortalecer, dentro e fora do combate. Falando em momentos fora do combate, apesar de não ser o foco do game, existem breves momentos de movimentação livre, para diálogos e pequenas interações antes de partir para os próximos objetivos. Um detalhe interessante que serve como descompressão e funciona principalmente por ser tão atrativo, visualmente falando.
Um dos visuais mais belos do Switch
Basta olhar para a proposta visual do jogo ou se aventurar por menos de 10 minutos e pronto: o jogador já será capaz de afirmar que estamos diante de um dos mais belos jogos para o Switch. Desde Awakening, a renomada série de estratégia já tinha criado fluidez com visuais de tirar o fôlego até dos mais exigentes e aqui fez isso novamente, chegando em um extremo de brilhar os olhos que pode (e deve) ser reconhecido como um jogo exemplo de potencial para o tão subestimado console híbrido da Nintendo.
Se em Three Houses já éramos capazes de ficar extremamente impressionados com a competência visual e técnica, em Engage o foco é em cores mais vivas e primárias, o que dá ainda mais vida para a identidade visual já bem estabelecida na franquia.
A visão in game alcança o ápice do que a proposta de Fire Emblem quer chegar. Os objetivos, cenários, inimigos e demais itens estão visíveis e bastante consistentes, seja a distância, durante a visibilidade “de xadrez” mas principalmente em visões aproximadas, no momento do combate. Como mencionei, as cutscenes e a cinemática do início são as maiores provas de que o foco foi aperfeiçoar a identidade visual.
Trilhas Sonoras para se sentir em uma aventura épica
Se tem algo que sustenta ainda mais todo o heroísmo e determinação dos guerreiros em Fire Emblem com certeza são suas músicas. As trilhas, sempre muito bem colocadas, dão um ar de pertencimento ao combate e a ação, que dão ainda mais poder aos diálogos e efeitos e animações dos ataques.
Além de tudo isso, como já comentado nesta review, a cinemática de abertura trás uma bela música tema, toda cantada, e tudo funciona no quesito sonoro, inclusive o silêncio dos menus.
Veredito
Chega a ser complexo definir Fire Emblem. Ao mesmo tempo em que a série caminha para uma fórmula quase ideal, ela se arrisca e se adapta tanto que chega a ser impossível não sentir falta de algumas mecânicas que já teve no passado. A duração das armas é algo sempre criou um gerenciamento, então é estranho não contar com mais com isso. Nessa mesma linha, o modo Casual, que já veio em outros jogos, também tira aquela sensação de escolha permanente e superação, o que faz seus movimentos serem bem mais confortáveis, já que é possível reverter ações.
Em seu ápice visual, Engage chega para, provavelmente, impactar muitos jogadores a começarem suas jornadas de estratégia e serem convidados a um túnel do tempo retroativo, para conhecer personagens e metodologias de combate do passado. Este jogo funciona perfeitamente em Modo Dock e portátil, e sua campanha menor torna o ato de jogar fora de casa algo bem mais acessível, já que podemos salvar a qualquer momento da aventura.
No geral, muito conteúdo é bem-vindo e muita coisa antiga faz e fará falta. Assim como em Pokémon, sente-se que Fire Emblem aprende a cada novo entrante, absorvendo o que funcionou no passado para olhar sempre para um futuro melhor, refinando as mecânicas para serem mais confortáveis para os veteranos e convidativas aos novatos.