A Nintendo resolveu brindar seus fãs com uma sequência de lançamentos exclusivos muito interessante. Esse mês nós fomos agraciados com Pokémon X/Y (cuja análise você poder ler nesse site) e dia 22 de Novembro teremos o lançamento do aguardado jogo que deve ajudar o Wii U: Super Mario 3D World (assunto para nossa próxima preview). Mas acontece que exatamente no mesmo dia os donos de 3DS mal terão tempo de continuar montando seu time competitivo na sexta geração de Pokémon e já estarão entrando em êxtase com o próximo lançamento de peso do portátil:
Êxtase? Ou talvez desespero? Sei lá, são tantas emoções…
Situando o jogo
O jogo marca um retorno da à linha do tempo onde o Herói do Tempo é derrotado em Ocarina of Time. Como praticamente nenhum detalhe do enredo foi divulgado, vamos falar um pouco dessa linha do tempo, chamada de Declínio de Hyrule e O Último Herói (ou simplesmente Declínio por alguns), e onde o jogo está presente nela para que a gente se oriente melhor.
Triunfante, Ganondorf conseguiu reunir os outros 2 pedaços da Triforce, então os sábios “deram um jeito” de tranca-lo no Reino Sagrado para finalmente detê-lo. Alguns tempo depois, notícias do outro mundo e do poder da Triforce se espalharam e muitas pessoas movidas principalmente por ganância partiram em busca desse poder, mas acabaram se tornando meros peões do exército de Ganon. Com o exército, Ganon consegue escapar daquele mundo e atacar Hyrule (esse evento é a chamada Guerra do Aprisionamento). Ganon é derrotado e Hyrule vive anos de paz.
Essa paz é quebrado com os eventos relativos ao A Link To The Past (ALTTP), que na cronologia dos eventos é o primeiro jogo que se passa nessa linha do tempo. Isso é importante porque A Link Between Worlds (ALBW) é uma sequência dele, mesmo que não se passe logo após, mas sim entre Link’s Awakening e The Legend of Zelda original.
Se você ainda não jogou ALTTP mas quer acompanhar a história mesmo que não seja necessário, corra para jogar que ainda dá tempo. No jogo o Mundo Sombrio é bem explorado e retratado como uma versão alternativa e muito sombria de Hyrule. Mesmo que você não leia texto nenhum, vai perceber isso no gameplay (que se passa nos dois mundos). Por ser uma sequência, ALBW também vai apresentar isso, embora não saibamos ainda se é o mesmo mundo paralelo, e podemos também dizer a nível de especulação que o mundo o mundo paralelo em ALBW é o mesmo do de ALTTP, porém muito tempo depois dos acontecimentos nesse, e portanto ele seria diferente do que era. Esse mundo vai se chamar Lorule (trocadilho com high e low talvez) no novo jogo e será governado por Hilda, a contraparte de Zelda. Além disso, já foi revelado que não será o mesmo Link de ALTTP, o que bate com o fato de passar muito tempo entre um jogo e outro. Outra especulação é que pode existir uma Triforce paralela em Lorule.
Hyrule / Lorule ou Mundo das Trevas
Gameplay
Já é possível eu me adiantar e dizer que se trata de um gameplay de resgate (baseado no título antigo) com elementos de inovação. De fato, o jogo ainda nem foi lançado, mas eu não quero sair dizendo que há um equilíbrio perfeito entre as duas coisas ou que os desenvolvedores conseguiram dosar tudo com maestria. O que eu quero dizer é que pelos vídeos e comentários divulgados da Nintendo, o jogo traz as duas coisas.
Tudo começa de cara com a parte visual. A parte dimensional de cima pra baixo de ALTTP é mantida, embora enriquecida com os gráficos do 3DS e o efeito 3D. De forma geral, o que interessa é que a estética do clássico de SNES foi mantida e o mapa de Hyrule permanece essencialmente o mesmo, mas as dungeons estão diferentes. Vários ítens de ALTP também estarão presentes e até mesmo o som de ALBW foi feito para dar um ar de ALTTP ao jogo. Os efeitos sonoros são basicamente os mesmos levemente melhorados e as músicas são apenas remixes da trilha sonora original. Segue abaixo um vídeo comparando os dois jogos:
Nostalgia power!!!!
Mas as dungeons não são a única diferença. No vídeo é possível ver uma habilidade nova de Link, que é possível graças a um bracelete: ele se transforma em “desenho” e se desloca pela parede. Na prática essa habilidade concede acesso a lugares inalcançáveis sem ela e será muito importante para resolver quebra-cabeças, além de coletar corações que são desenhados na parede e ajudar Link a viajar entre os dois mundos.
O menu de ítens, mapas e todo o resto será acessível através da tela de toque e teremos uma tela de loading que consiste numa tela preta com a Triforce no canto inferior direito (e esperamos que o tempo médio de loading seja muito baixo). A barra que antes era mais referente a habilidades mágicas em ALTTP agora também diminui com o uso de várias armas, inclusive flechas e bombas (que antes tinham um contador individual), no entanto agora ela passa a se regenerar sozinha com o tempo.
Falando em armas, há uma mudança no sistema delas. Em ALBW você aluga as armas que quiser usar para se aventurar em uma dungeon. É provável que haja um limite de armas e equipamentos que se pode alugar por vez, então o jogador precisa escolher bem o seu set de acordo com o que for precisar, ao invés de sair carregando todos os ítens por aí. Essa mudança não só traz um pouco mais de variedade às possibilidades de gameplay como também torna as rupees mais importantes no jogo. Acho que vai rolar um aumento no número de gramas cortadas e vasos quebrados… bom, o que falta saber em relação a esse sistema é se as dungeons no geral irão oferecer possibilidades de exploração e objetivo com mais de uma saída possível ou se o jogador vai precisar se incomodar de ter exatamente o equipamento certo e, se for o caso, se ele terá que descobrir isso por tentativa ou se de alguma forma terá uma dica em relação a isso antes de ir para a dungeon.
Loja onde se aluga as armas e equipamentos. Está indeciso, Link?
Há ainda outra informação sobre o gameplay, mas essa é a nível de especulação. A capa da edição americana de ALBW traz o ícone da Nintendo Network no canto, dando a entender que a Nintendo planejou uma ou mais funcionalidades online para o jogo. No entanto, nada a respeito foi confirmado pela empresa.
Será que rola algum tipo de evento in-game que é ativado online? Hum…
Conclusão
Antes de começar a produção do jogo, a ideia original que foi dada seria a de um remake de ALTTP, mas o produtor Eiji Aonuma dissa a Miyamoto que tinha preferência por trabalhar num jogo novo e o convenceu de que isso seria o melhor. O resultado disso é uma sequência com vários elementos que seriam típicos de um remake, do conceito da trama, passando pela ambientação e gameplay. Apesar de mudanças na jogabilidade, é visível notar que esse aspecto do jogo possui o poder de empolgar tanto fãs da série quanto aqueles que não são fanáticos por Legend of Zelda, mas piraram jogando ALTTP anos atrás. O jogo em si está mais bonito, e o efeito 3D promete ser bem usado na exploração de dungeons, tornando a aventura muito mais interessante. Apesar de não ser um remake, ALBW é o que seria talvez ALTTP se fosse lançado hoje com a mesma noção de manter algumas características dos primeiros jogos da franquia. Considerando cada jogo em seu devido tempo, ALBW tem tudo para superar o seu antecessor não apenas no que confere aos recursos que a tecnologia proporciona, mas até mesmo à diversão e jogabilidade em si como um todo. O que talvez nos poderia deixar com o pé é o enredo, por se tratar de um tipo de sequência em que se passa muito tempo depois e já não é nem mesmo o mesmo Link, no entanto parece mais válido supor que estão apostando numa boa história com direito a uma ou mais surpresas que não devem ser antecipadamente reveladas.
Expectativa Geral: 9/10