Jogos do gênero puzzle em geral não são muito populares entre o público gamer mais geral. Existem exceções, como Portal e o gigante Tetris, mas tirando os fãs do gênero, em geral não é um estilo de jogo que agrade um grande público. Felizmente existem desenvolvedores interessados e de vez em quando somos brindados com uma boa produção.
Hoje vamos falar de um jogo exclusivo para o Nintendo 3DS, Crashmo. Talvez isso contribua para que ele não seja tão conhecido, mas mesmo assim vários donos de 3DS não se importaram em adquiri-lo, e no entanto ele pode ser considerado um sucesso de crítica, o que ajudou para que tivesse um relativo sucesso, tanto que ele se trata de uma sequência (Pushmo foi o primeiro jogo da franquia), e foi desenvolvido pela Intelligent Systems, grande first-party da Nintendo responsável pelas franquias Paper Mario, Fire Emblem e vários outros jogos.
O Jogo
Crashmo é um puzzle com história, mas uma história simples. Você controla Mallo, um rapaz que avista um balão com uma menina e o segue. A menina é sobrinha-neta de Papa Blox, um velho que adora criar puzzles, e o balão na verdade é uma estrutura movida por pássaros. Mallo sem querer assusta os pássaros, que saem voando, e então se compromete a recupera-los um por um . Por ser tão simples, também não possui muitos personagens, narrativa brilhante nem nada do tipo. Não é nisso que reside a parte cativante dele.
O jogador basicamente puxa e empurra blocos, mas também pode andar e pular, e só. Mas não vá pensando que o jogo é limitado por isso, as possibilidades de puzzles são inúmeras. Existem recursos adicionais, como “rebobinar” o nível para voltar até onde você quiser, mudar a visão da câmera, e outras coisas que se tornam disponíveis dependendo da fase, como um botão no bloco que faz ele se mover, um tipo de porta que leva até onde está posicionada outra porta e etc.
Cada pássaro está no topo de um bloco. Para alcança-lo, Mallo deve rearranjar os blocos de modo a conseguir escala-los e chegar no topo do bloco onde o pássaro está. Pode parecer simples, e de início até é, mas não demora muito pra dificuldade dos puzzles começar a subir e… uau. Mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente você vai passar passar raiva em algum nível, embora eu considere isso ser uma “raiva boa” porque nesse ponto você já está envolvido com o jogo. Mesmo assim cada mecânica e recurso vai sendo introduzido aos poucos durante o modo história, dando ao jogador tempo para se acostumar a usar cada um deles de maneiras diferentes.
Os primeiros níveis são níveis para você ir se acostumando ao jogo, onde Papa Blox está lá para lhe dar dicas caso você empaque. Depois desses níveis, ele lhe deixa por sua conta e vai para sua oficina junto com seu aprendiz Corin. É um consenso geral (ou pelo menos quase) entre muitos que o nível de dificuldade não aumenta de pouquinho em pouquinho, tornando o jogo em certos pontos subitamente mais difícil. Pode ser encarado por um bom desafio para os amantes do gênero, mas pode ser visto como um defeito por afastar jogadores mais casuais.
A oficina que mencionei é um criador de Crashmo. Jogadores podem criar seus próprios níveis e compartilhar com outros jogadores, o que gera coisas muito interessantes, como fases inspiradas em jogos e consoles da Nintendo. Confesso que pessoalmente eu meio que não explorei muito esse recurso, mesmo passivamente, pois tremo só de pensar na dificuldade que deve devem ter os níveis criados pelos asiáticos.
Em termos de som e visual, Crashmo não tem nada de mais, sequer é bonito de uma maneira simples. O efeito 3D nesse jogo não faz muita diferença também. Se somarmos isso com o fato da história ser simples e os personagens não serem memoráveis talvez nem mesmo para crianças (embora tenham seus momentos), fica claro que o que importa aqui é apenas uma coisa: a mecânica da jogabilidade. Sim, é aqui que reside a parte cativante do jogo, e Crashmo faz isso sem precisar recorrer à complexidade mas ainda assim mantendo um alto nível de dificuldade.
Veredito
Embora eu tenha até então falado de Crashmo como um jogo em si, acho justo ressaltar que ele é uma evolução de Pushmo. Possui mais recursos, apresentando alterações na forma de jogar, e portanto uma jogabilidade melhor, além de ser considerado mais desafiador. É um jogo que não se pretende grande e custa apenas R$14,99 na eShop, o que o torna altamente recomendável para os fãs de puzzle. Se você não é um fã, mas ainda assim se lembra de gostar de alguns puzzles, o preço acessível faz valer a pena. Se você é apenas um jogador casual que não quer passar muito tempo com fases difíceis ou se acha “muito hardcore” para o estilo, esse jogo não é mesmo pra você.
Vale lembrar que a nota que vocês verão a seguir é uma nota que leva em conta gráficos, história e outros elementos para comparar esse jogo a qualquer outro jogo no geral. No entanto, devo ressaltar que como um jogo que se pretende ao mesmo tempo simples, desafiador e com boa jogabilidade, Crashmo merece algo próximo da nota máxima, como um 9 (perdendo 1 ponto pela capacidade de frustrar vários jogadores em potencial).
Visual – 5/10
Jogabilidade – 10/10
Som – 7/10
História – 4/10
Carisma- 7/10
Nota Final – 6,6/10