Análises

Análise: Kirby’s Return to Dream Land Deluxe

A onda de remakes e remasters parece estar cada vez maior, atraindo cada vez mais banhistas para a água. Um dos principais surfistas dessa onda, a Nintendo, foi capaz de provar mais uma vez que o mar é bem grande e existe um espaço para todo o tipo de joia do passado brilhar no nosso presente.

Uma surpresa muito positiva foi esses mares azuis receberem um tratamento rosado, com a chegada de Kirby e seu grande jogo na era do Wii: Kirby’s Return to Dream Land. O jogo, repaginado agora em uma versão de luxo, trouxe melhorias muito significativas com seu visual atualizado, novos power-ups e um epílogo exclusivo.

Esta é nossa análise de Kirby’s Return to Dream Land Deluxe, jogo exclusivo para o Nintendo Switch que lançou dia 24 de fevereiro de 2023. Esta análise foi feita usando uma versão digital do jogo, gentilmente cedida pela Nuuvem.

História

O planeta PopStar está agitado como sempre, com Kirby e seus amigos Meta Knight, King Dedede e Waddle Dee correndo por aí. Toda a euforia da bolota rosa e de seus amigos é interrompida com uma enorme nave cruzando os céus em direção a um pouso forçado.

O piloto da nave era Magolor, uma criaturinha aparentemente amigável que está com problemas em sua nave. Dividida em pedaços, peças cruciais do veículo espacial haviam se perdido e estavam soltas por toda Dream Land. Comovidos com o ocorrido, Kirby e seus aliados prontamente se disponibilizam para apoiar o preocupado ser do espaço.

Assim, Kirby e seus amigos embarcam em uma aventura para ajudar Magolor a recuperar as partes de sua nave. Eles viajam por diversos lugares da Dream Land, incluindo florestas, montanhas, cavernas e até mesmo uma nave espacial em órbita. Isso que é empatia!

Jogabilidade

Simples e funcional, a jogabilidade de Kirby não exige grandes tutoriais. Bastando as explicações presentes na primeira reta da Fase 1, o jogador já é capaz de entender todo o conceito por trás de todas as demais telas e mundos, mesmo que ainda não conheça todos os power-ups. Falando neles, quanto mais poderes existirem, maior as possibilidades de tentar coisas novas e diferentes, algo que sempre é bem-vindo.

A passada e ritmo do jogo são um pouco lentos e a dificuldade no modo principal é extremamente convidativa, o que segue a fórmula já estabelecida há anos para a série e cria toda essa atmosfera de relaxamento para uma jogatina tranquila, já que as fases possuem o tamanho ideal para não enjoar delas. O verdadeiro desafio fica na nave de Magalor, ao liberar salas depois de coletar as esferas nas fases. Esses sim o farão jogar e rejogar para conseguir completar tudo. Tanto a história principal quanto o epílogo possibilitam multiplayer local, com facilidade extrema de incluir e retirar jogadores.

A única ressalva na jogabilidade fica para a corrida. Para que Kirby possa correr, precisamos forçar o analógico para a direção em que estiver andando. É intuitivo, porém um pouco perigoso se levar em consideração o histórico de problemas recorrentes nessa manopla. O ponto positivo é que tudo pode ser feito andando, correr apenas ajuda em alguns truques nas fases.

Gráficos

Em uma proposta completa de redesign, Return to Dreamland entra na mesma categoria que o recém lançado Metroid Prime Remastered, onde o cuidado em repaginar tudo foi tão profundo e intenso que nada sobra para contar história ou deixar vestígios de consoles antigos. Nada neste game tem “cara de Wii” e é gratificante poder ter uma experiência tão atual que ainda é capaz de abraçar as origens.

Uma escolha bacana de design que vale trazer também é a dinâmica de contornos, onde um forte contorno emoldura os personagens e inimigos. Incômodo para alguns, eu apoio esta decisão visual desde Super Smash Bros. para 3DS, que consegue deixar tudo ao redor bem colorido e vivo, sem perder o foco e o destaque do principal.

Quem jogou Kirby and the Forgotten Land perceberá também que tudo foi remodelado pensando na harmonia da mais recente aventura de Kirby, que saiu em 2022. Isso cria uma marca muito mais consistente para a carismática bola rosa. Pode parecer que não, mas até o design simples de Kirby passa por necessárias revisitações!

Trilha Sonora

Sempre muito bem colocado, a trilha sonora de Kirby já segue um padrão muito familiar e funcional, desde efeitos sonoros até a famosa dança e música de comemoração ao encerrar uma fase ou derrotar um chefe.

A trilha sonora de Kirby’s Return to Dream Land é uma das características mais marcantes e elogiadas do jogo na era Wii e isso foi trazido e mantido na sua versão Deluxe. Composta por Jun Ishikawa e Hirokazu Ando, a trilha sonora é vibrante, cativante e diversificada, combinando perfeitamente com a atmosfera alegre e colorida do jogo.

As músicas variam de temas calmos e relaxantes em cenários mais tranquilos e temas mais agitados e intensos em batalhas de chefes e desafios mais difíceis. Apesar desse equilíbrio, todas elas seguem a mesma padronagem de instrumentos fortes e alegres.

Veredito

Os fãs de Kirby não podem reclamar sobre a falta da bolinha rosa em seus consoles. Sempre abraçando um novo formato, desde o free to play até o 3D, é confortante ver que uma das ramificações de Kirby é, também, voltar e celebrar o que já funcionou no passado.

Kirby’s Return to Dream Land Deluxe é uma carta de amor aos fãs e ao remakes e remasters que chegaram e estão por vir. Executando tudo de maneira muito competente e mostrando que até jogos mais casuais possuem força o suficiente para divertir, seja sozinho ou em grupo, retornar a Dream Land nunca foi uma experiência tão refinada. Para os apegados a dificuldade, as salas de desafio também criam um gosto de quero mais, ao criarem corridas contra o tempo e execuções praticamente perfeitas de golpes e movimentos.

Possivelmente agradando a todos os gostos e garantindo boas horas de diversão no sofá ou onde estiver, entre tantos títulos que levam o nome “Definitivo” ou “Deluxe”, podemos nos aliviar garantindo que este título de Kirby merece esse nome e sua atenção como jogador, seja você casual ou não.