Análises

Análise: Red Dead Redemption

O Nintendo Switch se consolida cada vez mais como uma plataforma de interesse definitivo. Com quase 7 anos no mercado, a Nintendo revolucionou a maneira como jogamos, permitindo que consoles de mesa fossem literalmente carregados na palma de nossas mãos, tornando a experiência de jogo independente de um ambiente específico. Alguns desses anos do Switch nas prateleiras coincidiram com períodos complexos de reclusão, o que resultou no surgimento de muitos remasters, satisfazendo a ânsia de jogadores por reviver clássicos dos consoles de mesa, agora com a flexibilidade de levá-los para qualquer lugar.

Entre os muitos jogos AAA que desembarcaram no Switch, em 2023 destaca-se Red Dead Redemption. O jogo também foi lançado para o PS4, e é seguro afirmar que a experiência é igualmente imersiva e positiva em ambos os consoles. Com um desempenho sólido e carregando o inegável legado da Rockstar, este clássico de 2010 ressurge para conquistar novos fãs e atrair aqueles que já são apaixonados pela vida fora da lei do Velho Oeste, tudo na palma da mão.

Red Dead Redemption chegou ao Nintendo Switch em 17 de agosto de 2023, e a oportunidade de compartilhar nossa análise com vocês foi generosamente proporcionada pela equipe da Nuuvem. Agora, vamos à análise.

História

Red Dead Redemption é uma obra-prima do gênero de ação e aventura e não carrega esse título a toa. Ambientada no início do século XX, no Velho Oeste americano, o jogador assume o papel de John Marston, um ex-criminoso que é forçado pelo governo a caçar membros de sua antiga gangue em troca da liberdade de sua família. Existe uma dinâmica de “controlar” o jogador para que ele se mantenha respeitando a lei, exigindo que o jogador respeite as normas, mesmo com tudo em mãos para infringi-las. Com isso, existe o tempo todo uma moralidade e conflito entre o bem e o mal e o que é preciso fazer para que o mundo seja mundo.

O mundo aberto do jogo era surpreendente para sua época e volta a tirar suspiros em seu remaster, representando o Velho Oeste e as mais diversas paisagens em sua releitura dessa época. Porém o mais impressionante ainda é a interação com todo esse mundo, já que é possível caçar, interagir com as pessoas e o simples ato de interagir com seu inventário já é capaz de mobilizar expressões ao seu redor.

Jogabilidade

A jogabilidade é bem equilibrada e entrega o que precisa ser entregue. Quando digo isso, é pelo fato de os amplos ambientes do jogo basicamente misturarem os mais calmos até os mais intensos momentos. A ação intensa surge em um momento contemplativo e é difícil apreciar qualquer momento sem estar atento ao que pode ocorrer na sequência.

Estamos falando de um debutante no Nintendo Switch e, assim como GTA, os controles da Nintendo não sofreram nem um pouco para se adaptar ao que foi proposto aqui. Talvez seja uma comparação injusta, mas jogar algum jogo multiplataforma faz com que o cérebro adapte alguns comandos, o que mantém o jogador em uma eterna tradução de “Lá é triângulo, então aqui deve ser Y”, mas não senti isso com a experiência de Red Dead Redemption.

Jogar no Modo Portátil é uma experiência extremamente gratificante (mesmo), ainda mais quando se utiliza um Switch OLED. No entanto, para sessões de jogo mais longas, recomendo o Modo TV com um Pro Controller. Enquanto o Modo Portátil é excepcionalmente competente e não deixa nada a desejar, Red Dead Redemption, em minha opinião, exige uma atenção constante do jogador. Portanto, uma tela maior e maior conforto parecem ser a escolha mais acertada, embora não seja a única opção.

Gráficos

Com tanto tempo de estrada, fica muito difícil não ter entendido como funciona um bom port para o Nintendo Switch. Como mencionei acima, a versão de Switch e a de PS4 parecem beber da mesma fonte, já que ambas mantém a mesma estabilidade e passam a mesma impressão visual.

Os cenários amplos conseguem pegar todos os detalhes e os modelos de personagens aparentam estar mais detalhados para as novas resoluções, não há a presença de serrilhados ou texturas que aparentam estar sofridas.

Trilha Sonora

O que consegue dar ainda mais força para a ambientação que a Rockstar fielmente entregou são as músicas e trilhas no geral. As notas de violão e banjo trazem um ar melancólico e criam o perfeito companheiro para as vastas paisagens e os momentos emocionais do jogo.

Além de músicas originais, o jogo também apresenta uma seleção cuidadosamente escolhida de músicas licenciadas da era, que tocam em alguns locais do jogo, como rádios. Como uma das principais missões do jogo é abraçar o Velho Oeste e se sentir parte daquilo, desde suas regras até suas aflições, a parte musical toma bastante conta da sua missão de envolver o jogador àquela causa.

Veredito

Um remaster pode representar muitas coisas: um investimento da empresa em uma franquia, uma nova porta para consoles modernos, ou um gesto de apreço aos fãs de longa data. Pode ser qualquer um desses elementos, ou todos juntos ao mesmo tempo. O ponto que merece destaque aqui é o cuidado que a Rockstar demonstrou ao voltar sua atenção para a Nintendo com seu port, assim como a inclusão das legendas em PT-BR. O Nintendo Switch desempenha um papel fundamental no mercado e, avaliando o cenário atual, fica evidente que a Rockstar se esforçou para abraçar todas essas interpretações positivas ao trazer Red Dead Redemption para o mundo dos Joy-Cons.

O jogo se mostra competente, mantendo um desempenho consistente em todas as plataformas para as quais foi lançado, oferecendo localização em nosso idioma e dando destaque a um verdadeiro clássico. Na minha opinião, o título de melhor remaster ainda pertence a Metroid Prime Remastered, mas é importante lembrar que a Rockstar trata Red Dead como um relançamento, evitando comparações injustas em uma categoria na qual o jogo não pretendia competir.

Falando como um jovem jogador que não compreendia muito quando experimentei o jogo no PlayStation 2, eu diria: dêem uma oportunidade a Red Dead Redemption no Switch. Com a capacidade de jogar quando e onde quisermos, e em nosso próprio idioma, aqueles que já conhecem o jogo desde 2010 irão se deliciar com essa jornada de nostalgia, enquanto os novos jogadores podem explorar uma proposta icônica (que, aliás, já ganhou uma sequência) oriunda da mesma terra que deu vida a GTA. Ainda pagaria menos por esta experiência, mas preço é algo que pode mudar com o tempo.