Já faz alguns anos que nós noticiamos algumas curiosidades sobre o desenvolvimento e os atrasos polêmicos de Cyberpunk 2077. Mais especificamente em 2020, o jogo tinha todos os holofotes voltados para ele por sua proposta ousada e grandes promessas, sempre cercadas de controvérsias envolvendo o estúdio CD Projekt Red, principalmente pela performance nos consoles. No PC, ainda tinha quem considerasse a experiência aceitável dentro da proposta futurista.
Depois de todos esses anos, diversos updates trouxeram o jogo para o patamar da promessa. E o impossível se estabelece: o novo console da Nintendo é capaz SIM de rodar tudo de forma satisfatória. E com isso, já temos um veredito: Night City foi feita pra ser explorada de maneira híbrida.
Abrindo as portas para a nova geração da Nintendo, esta é a nossa review de Cyberpunk 2077 Definitive Edition, lançado para o Nintendo Switch 2 junto com o console no dia 5 de junho de 2025. A oportunidade de abrir a primeira de muitas reviews para esse console, mais uma vez, nos foi dada graças ao nosso super parceiro de sempre, a Nuuvem. Compre sua edição definitiva de Cyberpunk através desse link e vamos para a análise!

Night City não espera: sobre escolhas, reputação e caos
Em Cyberpunk, você assume o papel de V, um mercenário que vive na linha tênue entre sobreviver e conquistar respeito em uma cidade onde sua reputação vale mais que dinheiro. O jogo aborda, de forma bem natural e imersiva, conceitos futuristas que soam tão absurdos quanto possíveis. Termos como Eurodólar, Medicânico e Netrunning surgem no meio das conversas comuns como parte do dia a dia e te fazem pensar que esse futuro não seria tão distante assim, podendo estar até mais próximo do que a gente imagina.
A campanha gira em torno de dois pilares muito claros: enredo e reputação. Suas escolhas moldam completamente quem você é em Night City. A qualquer momento, decidir vender uma informação pode te render um aliado improvável ou te colocar no meio de uma troca de tiros caótica. As interações são tão bem construídas que é comum se sentir pressionado ou travado nas opções de respostas, pensando e avaliando as consequências. Já me peguei viajando tanto tentando escolher a melhor resposta, que essa demora fez o próprio NPC me cobrar uma posição. O jogo te provoca constantemente a pensar: ser um zé-ninguém e viver muito… ou arriscar tudo e mal chegar aos trinta?

Senta que lá vem história… se você quiser, claro.
Eu vou começar sendo bem honesto: essa foi a minha primeira experiência realmente imersiva com Cyberpunk. Já tinha passado por ele em jogatinas rápidas com amigos ou testes de performance, mas nunca tinha me deixado mergulhar de verdade em Night City. E, apesar de eu não estar no grupo dos veteranos, a versão para o Nintendo Switch 2 é bem convidativa até pra quem tá chegando agora. Dá pra pular tutoriais e diálogos, fazer cross save com seu jogo na Steam, por exemplo, e até começar direto pela campanha Phantom Liberty, que tem uma pegada mais stealth e é pensada pra quem já conhece a história base.
Essa dinâmica funciona muito bem no Switch 2, principalmente porque o console te entrega uma flexibilidade que casa com esse estilo de jogo. Você escolhe se quer consumir cada detalhe ou ir direto pro que te interessa. Fora que, além do modo portátil e dos sensores de movimento, o jogo também oferece suporte pra teclado e mouse. Eu, claro, testei em prol desta review, mas só serviu pra reafirmar que sou, oficialmente, do time dos controles.

A força necessária pra carregar uma cidade
Falando em experiência de PC, tem dois pontos importantes pra destacar aqui:
Primeiro, o Switch 2 não é (e nem quer ser) a casa da experiência gráfica mais robusta pra rodar esse jogo. Os modos gráficos e de desempenho permitem uma jogatina tranquila, onde só os olhos mais atentos (ou quem vem de experiências anteriores) vão perceber certos detalhes. Night City roda de forma estável, tanto na dock quanto nas suas mãos. Não faz sentido comparar com um PC onde só a placa de vídeo pode custar mais que o console inteiro. E, honestamente, você não vai sofrer com travamentos, nem com gráficos quebrados ou bugs estranhos, já que estamos falando de um port bastante competente e sólido.
O segundo ponto ainda é técnico e tão surpreendente quanto: o jogo inteiro cabe em um cartucho de Switch 2. Sim, aquele pequenininho mesmo. A robustez do novo console molda tudo para que seja fácil de carregar, tanto fisicamente quanto nos loadings. Nas primeiras horas, não percebi nenhum carregamento excessivo ou travamentos. Jogando na dock, o visual se destaca ainda mais, e eu prestei bastante atenção na temperatura do console, que se manteve resfriado o tempo todo.

Conclusão
Se em 2020 parecia impossível imaginar Cyberpunk 2077 rodando até mesmo em consoles da geração passada, em 2025 podemos dizer que ele está literalmente na palma da mão e funcionando do jeito certo, como sempre deveria ter sido. Não é só um port jogado, nem uma versão capada feita nas pressas. É uma adaptação que respeita o jogo, respeita quem joga e, principalmente, respeita o hardware em que ele tá rodando. O Switch 2 mostra aqui não só seu potencial, mas também que a linha entre console portátil e experiência de mesa está mais tênue do que nunca. Isso abre portas para outras experiências fantásticas que talvez só precisassem do sinal verde da Nintendo para que dessem as caras, agora que o Switch 2 e suas tecnologias, como DLSS e VRR, são mais do que capazes de serem a casa dessas experiências.
Para mim, que vivi Night City de verdade pela primeira vez, fica aquele sentimento meio agridoce de pensar que talvez esse fosse o jogo que sempre deveria ter existido: livre, estável e pronto pra te acompanhar onde você quiser. Se você nunca jogou Cyberpunk, essa é, sem dúvidas, uma baita porta de entrada. E se você já jogou, te garanto: revisitar essa cidade no modo portátil te faz olhar pra ela de um jeito completamente novo.