Dragon Ball Z é um anime que marcou a infância de muita gente nas décadas de 90 e 2000, fazendo sucesso até hoje. A série também marca presença nos games com os mais diversos títulos desde a geração 8 bits. Em 2018 tivemos Dragon Ball FighterZ que trouxe um jogo de luta competitivo com lindos gráficos e animações fiéis ao anime. E agora temos Dragon Ball Z: Kakarot que tem como proposta um RPG de ação em mundo aberto, seguindo a história original.
Desenvolvido pela CyberConnect2 e publicado pela Bandai Namco Entertainment, lançado 20 de janeiro de 2020 para PlayStation 4, Xbox One e PC que será a versão jogada para análise, fornecida pelo nosso parceiro Nuuvem disponivel aqui.
História
O jogo percorre todas as sagas de Dragon Ball Z desde os Saiyajins até Boo. Algumas partes mais maçantes foram cortadas, como o Goku percorrendo o interminável Caminho da Serpente, e outras resumidas como o treinamento com o Sr. Kaioh. Por outro lado alguns momentos marcantes foram cortados como o Kuririn eliminando todos Saibaman de uma só vez com sua nova técnica e a primeira vez que ele usa o Kienzan. Mas no geral a adaptação ficou ótima e o nível de nostalgia é mais de mais de 8000.
No decorrer da história jogamos com Goku, Piccolo, Gohan, Vegeta e Trunks, e em alguns combates Gotenks e Vegetto. Kuririn e os outros servem como suporte. Personagens do Dragon Ball clássico e de outros jogos da série também marcam presença, geralmente nas missões secundárias.
Jogabilidade
Um dos pontos mais fortes do jogo é a exploração. Seja em terra, céu ou mar, temos cenários enormes bem fiéis ao anime. Mas não é bem um mundo aberto, são áreas separadas acessadas em um menu, mas ainda sim a sensação de explorar o mundo de Dragon Ball Z é muito gostosa.
No jogo podemos ir até o objetivo principal e seguir a história, ou fazer outras atividades. É possível coletar orbes coloridos que estão espalhados por todos os lugares e dão acesso a novas habilidades que são destravadas em uma árvore de talento. Podemos caçar animais, de veados até dinossauros para adquirir ingredientes, destruir bases inimigas, e até mesmo pescar usando um rabo artificial criado pela Bulma, além de outras coisas. Entre as sagas tem um tempo livre que é ideal para focar nessas atividades.
Também é possível coletar as Esferas do Dragão e reviver inimigos já derrotados para enfrenta-los novamente. Infelizmente as missões secundárias se tornam maçantes rapidamente, pois se resumem a procurar algum item (que é representado por uma esfera no mapa) ou lutar.
Os combates são simples, geralmente um botão para cada função: ataques físicos, disparar energia, avançar ou esquivar, ataques especiais, transformações, assistência, encher o ki e subir e descer no céu. O ataque físico se resume a uma única sequência de golpes, e para não resumir os combates em só apertar botão, os inimigos carregam um ataque onde ficam vermelhos e resistentes a qualquer ataque, e se nos acertar ficamos atordoados. Uma solução preguiçosa que poderia ser evitada com um sistema de combate mais elaborado.
Os inimigos comuns são encontrados no mapa e ao entrar em contato com nosso personagem começa o combate. A variedade é pouca como robôs da Red Ribbon, Saibaman e soldados do Freeza, e para um jogo longo isso pesa. No mapa é possível encontrar inimigos mais poderosos que emitem um ki vermelho (que basicamente só estão em um level mais alto), e ao vencer todos habilita um chefe secreto. Já os combates da história principal que ocorrem entre cenas são mais divertidos, os inimigos executam ataques especiais únicos que exigem uma estratégia diferente em cada situação.A dificuldade apresenta uma curva decrescente, no começo até existe um desafio, mas depois fica tão fácil que os elementos de RPG acabam não fazendo muita diferença. A árvore de talentos até é interessante, mas treinar para subir de level e aumentar atributos não é uma necessidade.
Temos também o sistema de comunidade, onde coletamos emblemas dos personagens e distribuímos entre as diversas comunidades: combate, comida e exploração, entre outras, e quanto mais emblemas, mais benefícios. Alguns personagens tem afinidade e ao serem inseridos em posições próximas desencadeiam um efeito e é divertido descobrir as combinações. Por exemplo: Goku e Gohan próximos destravam o efeito “Pai e Filho” que da um bônus em atributos.
Gráficos
Os cenários são bem fiéis e bonitos, apesar de algumas texturas menos caprichadas, e acrescentam muito o fator nostalgia. O modelo dos personagens, expressões e animações ficaram boas, e a recriação de algumas das cenas com efeitos mais modernos, são de encher os olhos.
Som
Assim como os efeitos sonoros originais, a trilha sonora original está presente, incluindo a abertura Cha-La Head-Cha-La. Temos dublagem em japonês e inglês, e agora mais do que nunca a dublagem brasileira deveria estar presente, afinal estamos falando de nostalgia. Mas temos legendas em português.
Já citei bastante essa palavra, mas não tem como falar de Dragon Ball Z: Kakarot sem falar de nostalgia. Esse jogo é claramente uma carta de amor aos fãs, que vão se divertir explorando os cenários e revivendo a história nas 30-40 horas que o jogo oferece (mais tempo se for fazer tudo). Mas fica a sensação que poderia ser algo mais, pois o empenho esta somente na história principal. Se trabalhassem melhor as missões secundarias, os combates e os elementos de RPG, seria um jogo mais completo e abrangente até a quem não conhece.