Análises

Análise: Halo Infinite

A Microsoft hoje é conhecida por muitos de seus feitos para o mercado de games, como a aquisição de diversas empresas e a proximidade cada vez maior entre consoles de mesa e PCs, aproveitando sua atuação forte e consistente nesses dois universos. Não bastasse toda essa força, o que basicamente define a Microsoft e Xbox são seus exclusivos, e é nesse ponto da história que falamos sobre o seu principal sucesso, Halo.

Marcando gerações, os 20 anos de Halo acompanharam todo o ciclo de vida do Xbox. A franquia sempre foi vista como uma razão para se ter um console da Microsoft, assim como The Last of Us é para a Sony e como Mario é para a Nintendo. As aventuras de Master Chief ficam cada vez mais elaboradas e depois do lançamento de Halo 5, havia uma expectativa alta para o próximo passo da franquia, agora desenvolvido pelo estúdio 343 Industries.

Depois de alguns adiamentos e outros pequenos desvios, Halo Infinite chegou para Microsoft Windows, Xbox One e Xbox Series S e X no dia 8 de dezembro de 2021, trazendo de volta a lendária série com modo multiplayer gratuito e uma campanha robusta.

Essa é nossa análise de Halo Infinite, jogada na versão de PC, através de uma licença do Game Pass fornecida pela Microsoft Brasil.

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História

A campanha se inicia com o resultado da guerra contra os Banidos, focando no resgate e na ascensão de Chief após seu encontro com Atriox. Depois de resgatado, começa a se recompor contra essa oposição, entregando tudo de si, mesmo que com apenas uma arma em seu arsenal, entregue pelo piloto que o encontra flutuando no espaço. Falando em armas, em Infinite contamos com uma nova parceira de Inteligência Artificial chamada simplesmente de “A Arma”, mantendo uma relação com o protagonista aos mesmos moldes que Cortana, até por possuir rastros de seus registros.

A história estrategicamente não te entrega tudo de mão beijada, mesmo se você já jogou outros games da franquia. O contexto maior e até mesmo as motivações são contados em parcelas e é em Infinite que podemos ver, pela primeira vez, a construção de um protagonista derrotado, que passa ao jogador uma sensação de responsabilidade e culpa por estar vivendo aquele período naquele cenário.

Chief mais uma vez é a esperança de toda a humanidade e mesmo com seus companheiros admitindo uma derrota, ele não se dá por vencido e, mesmo sendo apenas uma bala contra um exército inteiro, nas palavras de Chief, “é o bastante”.

Jogabilidade

Se existisse um termômetro para saber se novas mecânicas realmente foram boas adições, um sinal positivo com certeza seria a sensação de olhar para uma novidade e pensar “como isso não existia antes?” e é exatamente isso que acontece com o Arpéu, o “gancho” do game. Na primeira missão, que introduz muito bem as mecânicas, é dito que ele ajuda em escaladas e pontos altos, mas ao longo da campanha entende-se que o Arpéu possui diversas outras aplicações, como navegar mais rapidamente no mapa, interagir com inimigos, alcançar itens no cenário e por aí vai.

A decisão da 343 Industries em ter um mundo mais aberto para explorar também foi bem acertada. Além de trazer ainda mais força para o Arpéu, esse conceito permite um maior e melhor gerenciamento de recursos e mobilidade, o que dá uma sensação maior de controle para jogadores mais antigos da franquia e pode ser uma ótima sala de aula para os novatos se entenderem com as habilidades e recursos.

Falando em tratar bem os novatos, o jogo permite uma seleção de dificuldade, que torna toda a campanha mais inclusiva e convidativa. Uma ótima estratégia se pensar que faz quase 6 anos desde o último Halo e principalmente levando em consideração a força que a franquia possui pra introduzir as novas gerações de consoles e de fãs a cada novo game lançado.

Divulgação: Phil Spencer, via Twitter

Gráficos

Quando mencionei no começo da análise que existiram adiamentos e outros desvios, falava principalmente dos atrasos e das trocas internas que Halo Infinite sofreu em seus bastidores durante seu desenvolvimento.

Todo esse alvoroço acatou em alguns problemas como o atraso do lançamento do Modo Campanha, um Modo Coop prometido para os próximos meses e ‘apenas’ o multiplayer disponível. Somando tudo isso, é de se esperar uma certa tensão sobre o resultado final do que seria entregue. Já posso adiantar que essa tensão, apesar de justificada, não precisa existir. Halo Infinite é um claro resultado de que vale sim esperar um pouco mais para ter um produto final refinado e digno.

Graficamente falando, na versão de PC é possível definir não só a resolução, mas também configurar áudio, UI, acessibilidades e muito mais em um menu bem completo, para que sua experiência seja confortável e personalizada, pensando nas configurações de cada máquina. Pode-se considerar satisfatório a experiência na configuração Média para frente. Ainda é possível se aventurar em configurações abaixo disso, mas particularmente falando, acho uma perda considerável.

Vale ressaltar que como este foi um projeto pensado para introduzir o Series X e S, o jogo obviamente está otimizado para os novos consoles, rodando em 4K Ultra HD e a 60fps.

Trilha Sonora

As Trilhas Sonoras são tão marcantes como devem ser para Halo. Uma mistura inteligente com o familiar da franquia e o novo que foi trazido neste novo capítulo.

As composições de Joel Corelitz, Gareth Coker e Curtis Schweitzer, além de extremamente bem inseridas dentro da campanha (em especial as trilhas que surgem após as falas de Chief, antes da ação) também são trilhas fantásticas para se revisitar mesmo fora do game. Não é à toa que toda a trilha está disponível em serviços de streaming de música, como Spotify e Apple Music.

Divulgação: Concept Art, conta Oficial Halo via Twitter

Veredito

Apesar de, antes de seu lançamento, ser lembrado como um projeto que tropeçou um pouco, saiba que assim como Chief, Halo Infinite levantou-se e concluiu com muito louvor sua missão. O jogo foi veiculado como o mais expansivo e ambicioso da franquia e após minhas quase 30 horas na campanha, fica claro que esse objetivo foi alcançado.

Vale ressaltar que talvez não estejamos jogando a versão “definitiva” deste game, justamente por ainda não possuir coop e pelas possíveis atualizações que o Modo Online possa sofrer, mas o trabalho feito em Halo Infinite com certeza foi o mais divertido e elaborado da franquia, mostrando que a 343 fez um ótimo trabalho, digno de se tirar o chapéu.

Xbox e Halo andam juntos nesses 20 anos e definem mais uma vez o conceito de obrigatoriedade de possuir um console da Microsoft e uma cópia de Halo, seja na prateleira ou em sua versão digital ou para PC.