Análises

Análise: Star Renegades

Star Renegades é um rogue-lite divido em “salas” com combate em turnos desenvolvido pela Massive Damage e publicado pela Raw Fury. O jogo foi lançado em setembro para PC, mas sua versão para consoles chegou neste mês, em 25 de novembro.

Essa análise foi feita no Switch e se tornou possível pois recebemos a chave da Raw Fury.

História

O Imperium está tentando dominar a sua dimensão! Vendo a derrota se aproximar rapidamente, a Dr. Zurek se apressa para finalizar o J5T-1N (Justin), um robô capaz de viajar entre dimensões, na esperança de avisar a Rebelião sobre o ataque e salvar essa nova realidade da dominação.

O inimigo é mais forte do que parece

Para alcançar seus objetivos, J5T-1N ganha a ajuda de vários heróis rebeldes, cada um com seu próprio estilo de combate. O jogador deve utilizar ao máximo as habilidades únicas de todos para evitar que os Behemoths, robôs super poderosos, consigam extrair um núcleo de Titan, dando combustível para que toda a frota inimiga consiga invadir e derrotar a Rebelião.

A cada falha, J5T-1N é enviado para a próxima realidade, dando mais uma chance para a Rebelião alcançar o sucesso.

Jogabilidade

Como um rogue-lite, a jogabilidade de Star Renegades é dividida em runs. Cada run é dividida em planetas, cada um com um Behemoth como chefão. Caso todos os heróis morram, J5T-1N volta para a base da Rebelião, onde é possível utilizar dois recursos, Imperium Tech e Intel, para desbloquear novos heróis, armas e alguns bônus para seu esquadrão. Os outros dois recursos existentes são os Credits e o DNA, ambos utilizados durante as runs. Credits são utilizados para comprar armas e equipamentos nas lojas após derrotar um Behemoth, no final de cada planeta, e o DNA funciona como a experiência do jogo, sendo necessário aloca-lo manualmente, dando uma flexibilidade muito interessante às composições de cada time.

As 4 etapas do jogo, cada uma mais difícil que a outra…

Em cada planeta, o território é dividido em seções protegidas por campos de força que podem ser quebrados por J5T-1N, 3 em cada dia, e geralmente levam a um combate. Após utilizar as 3 cargas, a noite chega e é necessário acampar, onde o jogador possui alguns pontos de ação para utilizar cartas específicas de cada herói que dão algumas vantagens durante o próximo dia, como mais dano, mais escudo ou recuperação de vida. Ao final do terceiro dia, é hora de enfrentar o Behemoth.

O combate é o ponto central da jogabilidade e traz mecânicas muito legais. Tudo ocorre em turnos de 60 segundos, em que a ordem das ações é mostrada numa linha do tempo. No geral, ataques mais fortes demoram mais para serem executados e, caso você ataque antes do inimigo agir, provoca o dano crítico, que dá mais dano e atrasa a ação do inimigo. Caso o atraso causado seja grande o suficiente para ultrapassar o limite do turno ocorre o “Break” e o inimigo não atua nesta rodada. Para balancear esta mecânica, cada inimigo tem um limite de vezes que pode ser atrasado.

Há vários tipos de ataque, inclusive combos com mais de 1 personagem

O combate acaba virando praticamente um puzzle, onde é preciso avaliar constantemente se é possível evitar tomar dano matando o inimigo, empurrando-o para o próximo turno ou só resta mitigar a perda utilizando a defesa. Isso faz com que nenhum combate seja trivial, sendo possível perder a qualquer instante, caso não se esteja atento.

Cada unidade possui 3 medidores de saúde:

Vida: os pontos de vida da unidade. Quando chega a zero a unidade morre.
Escudo: Um campo de força que protege a unidade. É restaurado a cada batalha.
Armadura: Armadura que absorve dano que seria infligido aos pontos de vida. Pode ser quebrada.

O fato de e o escudo ser “descartável” dá uma maleabilidade bem legal às possibilidades do combate. Muitas vezes, na reta final do combate, é mais eficiente ignorar o dano que será infligido ao escudo para maximizar o dano desferido nos oponentes. Conforme se avança, inimigos com focos diferentes aparecerão, por exemplo, inimigos com muita armadura, forçando-o a buscar ataques que quebrem-na, mesmo que provoquem menos dano na vida.

A aleatoriedade dos equipamentos e armas que se encontrará em cada run faz com que a adaptação seja fundamental, como em todo bom rogue-like/lite. Também há uma grande variedade heróis, alguns focando em escudos, outros em ataque e outros em suporte. Ao final de cada planeta se pode adicionar mais 1 integrante à sua equipe, caso o tenha desbloqueado na base. Por ser aleatório, sempre é uma surpresa os combos que poderão surgir.

Gráficos

O jogo é feito em uma pixel art muito bonita. A utilização de cores fortes e animações fluidas, unidas a efeitos em 3D, como sombras e background, tornam o jogo um deleite para os olhos, principalmente se jogado na Dock, aproveitando uma tela maior para captar mais detalhes e facilitar a leitura do texto, que pode ficar bem pequeno na telinha do Switch.

960Você pode fazer carinho no cachorro… Mas você deveria?

Sons

Os efeitos sonoros do jogo são muito bem feitos. São um grande fator quando aliados às tremidas de tela e controles, assim como a constante movimentação da câmera, que dá um grande dinamismo que acompanha e exalta a trilha sonora empolgante do jogo. Tudo isso é melhor sentido com a utilização de fones ou jogando-se na TV, já que o som do próprio Switch não é capaz de entregar o peso que a trilha merece, mesmo que as vezes ela pareça um pouco genérica.

Conclusão

Com toda essa qualidade nos gráficos e mecânicas, complementados com a trilha sonora que encaixa como uma luva, seria esperado que o jogo fosse super recomendado. Infelizmente, a versão de Switch sofre de grandes problemas de desempenho. Há uma constante queda de quadros, mesmo em cenas que não pareceriam demandar tanto do sistema. Certa vez fiquei travado, sem poder andar, interagir ou abrir menus.. Precisei reiniciar o jogo. É notável também a demora em alguns carregamentos. Na passagem de planetas, frequentemente me perguntava se o jogo havia travado, pois a tela ficava preta, sem som algum, por mais de 1 minuto. Não me preocuparia tanto com essa demora caso o jogo avançasse depois deste load, porém, eventualmente o jogo fecha com o sistema do Switch acusando um erro. Sofria com estes erros até em sessões relativamente curtas de jogo, com cerca de 1 ou 2 horas. Em certo ponto, um erro ocorreu e, mesmo reiniciando o jogo, sempre acabava ocorrendo o mesmo erro no mesmo local, efetivamente matando a run.

Um ótimo jogo que se perde devido às dificuldades técnicas, Star Renegade para Switch pode causar tanta frustração quanto prazer. Tem características marcantes que o fazem se destacar em um cenário cada vez mais saturado de rogue-lites mas, no momento, é melhor esperar para ver se veremos melhorias após alguma atualização.