Máquina do Tempo: The Legend of Zelda: A Link to the Past
Existem milhares de franquias de games que se mantém ao longo dos anos. Muitos jogos acabam perdendo em qualidade ou na essência que nos acostumamos a vivenciar. Outros crescem e acabam se tornando históricos. Hoje a nossa Máquina do Tempo vai nos levar para um jogo que pertence à uma das melhores franquias da história do vídeo game.
Um mito surgiu
Quando a franquia The Legend of Zelda surgiu para o NES, todo mundo compreendeu que esse jogo faria história. Após o lançamento do segundo jogo da série, a ideia de um terceiro já estava em execução. Como o fim do console já estava se aproximando e um novo estava a caminho, a Nintendo decidiu esperar e produzir o jogo para o novo Super Nintendo.
Os outros dois jogos tiveram um sucesso comercial enorme e isso permitiu que a empresa pudesse fazer grandes investimentos. Com essa perspectiva, eles aproveitaram para incrementar também na parte tecnológica. Até o momento, a maioria dos cartuchos lançados para o SNES utilizava 4 mbit de capacidade e esse utilizaria o dobro. Isso possibilitou que a equipe que estava produzindo o jogo criasse um mundo gigantesco.
O game usou um método de compressão simples, que também foi utilizado em Super Mario World. Podíamos ver efeitos impressionantes para a época, por exemplo, a chuva. O Light World e o Dark World possuem um layout praticamente idêntico, com apenas alguns esquemas de diferença. O roteiro foi escrito pelo novato Kensuke Tanabe e Yoshiaki Koizumi ficou responsável pela história de fundo. Várias modificações foram feitas da versão Japonesa para a Norte Americana, baseadas principalmente em questões religiosas.
A trilha sonora foi feita pelo mito Koji Kondo. O tema principal de The Legend of Zelda, “Hyrule Overture”, retornou, agora remasterizado. Ele toca no Light World e também nos créditos finais. A trilha sonora de A Link to the Past colaborou com toda a franquia, estabelecendo o núcleo musical da série. Isto é percebido ao comparar com o primeiro jogo da franquia, que originou “Hyrule Overture”, o game do SNES trouxe músicas como “Zelda Lullaby”, os temas de Ganondorf e da família real e “Kakariko Village”, que apareceram nos jogos seguintes da série.
Link salva o mundo, de novo
O jogo é um “prequel” dos dois primeiros games da série, ou seja, a história se passa em um período de tempo anterior à The Legend of Zelda I e II. Ela se passa no reino de Hyrule, uma terra que acredita ter sido tocada pelos deuses e ter recebido a poderosa trindade divina: Triforce. Cada uma das três partes da Triforce representa algo diferente: Força, Sabedoria e Coragem. O reino de Hyrule existe há muito tempo e era uma terra linda, cercada por montanhas e florestas. As lendas contam sobre um poder onipresente e onisciente que reside nesta terra e é conhecido como “Golden Power”. Muitas pessoas tentaram entrar na “Golden Land” e conseguir este poder, mas nenhuma retornou. Um dia, um poder maligno começou a surgir na Golden Land…
Durante uma noite chuvosa, um garoto simples, chamado Link acorda ao receber uma mensagem telepática da princesa do reino, Zelda. Ela diz que foi presa nos calabouços do castelo por Agahnim e que sua vida e a vida de Hyrule estão em perigo. Link levanta e encontra seu tio armado com uma espada e um escudo. Ele fala para o garoto voltar até a cama e não o seguir. Intrigado com a mensagem, Link parte até o castelo para encontrar a princesa. Ao ser impedido de entrar no castelo pelos guardas, ele descobre uma passagem secreta e encontra seu tio derrotado no chão.
Link pega o equipamento do seu tio e parte em busca da Princesa Zelda. Ele enfrenta diversos guardas e consegue resgatá-la. Eles escapam para uma passagem secreta e Zelda indica que eles devem partir imediatamente para o santuário. Depois de chegarem lá, Link descobre que o mago Agahnim usurpou o trono de Hyrule e está planejando quebrar o selo feito pelos Sete Sábios. Este selo foi criado para que o bruxo das trevas, Ganon, permanecesse preso no Dark World (uma espécie de dimensão espelhada de Hyrule). Esta dimensão era conhecida como Reino Sagrado, antes de Ganon invadi-la e roubar a lendária Triforce. Ele utilizou o poder dos deuses para transformar a terra em um reino de escuridão e terror. A missão de Agahnim é quebrar o selo enviando os descendentes dos Sete Sábios que criaram o selo de Dark World. Só existe uma coisa que pode derrotar Agahnim. É a lendária Master Sword, uma espada forjada para combater o mal. Para provar que Link é digno de portar a espada e capaz de enfrentar os terríveis inimigos, ele deve encontrar três pingentes mágicos. Eles estão escondidos em masmorras guardadas por protetores incrivelmente fortes.
Na busca do primeiro pingente, Link encontra o velho Sahasrahla, que acaba ajudando o jovem com suas mensagens telepáticas. Depois de recuperar todos os pingentes, Link parte para o local onde está a Master Sword. Ele consegue retirar a espada do pedestal e recebe uma mensagem telepática de Zelda, informando que os soldados estão invadindo o Santuário. O herói parte até o lugar momentos depois dos soldados desocupar-lo. Ele descobre que a Princesa foi levada até o castelo de Hyrule. Link parte até o castelo, mas chega muito tarde e vê Agahnim enviando Zelda para o Dark World. O jovem enfrenta o mago e o derrota, mas Agahnim consegue enviar Link para o Dark World num último esforço.
Para salvar Hyrule, Link deve resgatar os descendentes dos Sete Sábios que foram presos no Dark World. Enfrentando inimigos ainda mais fortes, quebra-cabeças complicados e monstros inimagináveis, ele liberta as sete donzelas e consegue o poder para destruir a barreira da torre do Ganon. Na torre, ele enfrenta Agahnim novamente, mas com duas cópias que possuem a mesma força do mago original. Depois de derrotar o mago novamente, o terrível Ganon surge do corpo do próprio Agahnim, se transforma em um morcego e voa para longe. Link o persegue até entrar na Pirâmide do Poder, o centro de Dark World. Depois de derrotar o terrível Ganon, Link toca na Triforce e restaura o Dark World e Hyrule, deixando os dois reinos como se nunca tivessem sido atacados por Ganon.
Nosso herói enfrentando o temível Ganon
Espelho, espelho meu
O jogo A Link to the Past retornou a perspectiva do original do primeiro game, tendo a visão de cima do protagonista (o jogo anterior tinha a visão padrão de um game de plataforma). É possível perceber que a mecânica do jogo segue com muita semelhança ao primeiro jogo da série, mas também teve inúmeros elementos novos e grandes inovações. Por exemplo, as flechas agora eram itens separados, como já acontecia com as bombas. O jogo também pegou alguns elementos de The Adventure of Link (segundo game da franquia), como por exemplo, o medidor de magia, que contabilizava para itens mágicos ou o uso da lamparina.
Controlar Link se tornou mais prático agora, visto que ele pode andar em diagonais e também correr com a Pegasus Boots. Os combates estão um pouco mais fáceis, pois a espada de Link faz um movimento de cortes laterais, ao invés de somente para frente. Isso dá um alcance maior e uma área maior de ataque. Esse método de ataque se tornou padrão no decorrer da franquia, mas o ataque para frente retornou com os jogos em 3D, principalmente usando o Wii remote control. Além da espada, existem diversos itens que auxiliam o protagonista a enfrentar os inimigos e atravessar as masmorras. Para cada masmorra, existe um item especial que ajuda a enfrentar os quebra-cabeças do local.
Algumas técnicas e itens apareceram pela primeira vez em A Link to the Past e se tornaram figurinha carimbada nos outros jogos da franquia: o Hookshot, a flauta (se tornou ocarina) e a Pegasus Boots, sem contar com a técnica de Spin Attack. O contador de vidas que aumenta quando o jogador consegue um “Heart Container” já estava presente nos outros dois jogos, mas os pedaços divididos de coração espalhados pelo mapa fizeram sua estreia nesse jogo e se tornou uma obsessão pelos amantes da franquia.
Outro fato que ficou marcado neste jogo é a presença de dois mundos paralelos e a possibilidade de viajar pelos dois. O primeiro, chamado Light World é a Hyrule normal, onde Link cresceu e está acostumado a viver. O segundo é o Dark World, uma espécie de Hyrule destruída pelo poder maligno de Ganon. Existem várias marcas em Dark World, como a água ser escurecida, a grama estar morta, caveiras estão nos lugares de rochas simples e as árvores tem rosto. As pessoa que vão do Light World para o Dark World tem seu corpo transformado de acordo com a natureza de cada um. Link, por exemplo, se transforma em um coelho rosa. Depois ele consegue um item que faz com que ele não se transforme mais e também adquire um espelho que o permite atravessar os dois mundos facilmente. Como os dois mundos são praticamente idênticos, ele deve usar o espelho para atravessar as dimensões e resolver quebra-cabeças, alterando as coisas em um mundo e vendo a consequência no outro.
The Legend of Dragmire
Existe pinturas do Mario em duas casa no Kakariko Village;
Podemos ver no manual de instruções do jogo, o último nome de Ganondorf. O nome Dragmire só pode ser encontrado no manual dos EUA;
Shigeru Miyamoto queria que Link tivesse parceiros estilo Final Fantasy e Dragon Quest;
Esses parceiros ajudariam Link na campanha e seriam um mágico e uma garota (parecida com uma fada);
A Nintendo Power realizou um concurso e o vencedor faria uma participação no jogo;
Chris Houlihan venceu o concurso e teve uma sala secreta com o seu nome inserida no game;
A sala tem vários Ruppees azuis e uma pedra com uma mensagem telepática dizendo: “Meu nome é Chris Houlihan. Esta é a minha sala secreta. Mantenha ela entre nós, OK?”;
É possível temperar a Master Sword para deixá-la mais forte;
Se o jogador deixar uma fada em um pote, ele será ressuscitado quando perder todos os corações;
Existem duas formas de coletar dinheiro facilmente: bater de cabeça perto da floresta assombrada ou em uma passagem secreta no Deserto;
É preciso bater na árvore para cair 20 Ruppees, sair do lugar e voltar novamente para pegar mais e entrar e sair da passagem secreta do Deserto até juntar a quantidade desejada;
A Nintendo planejou fazer com que Zelda para SNES tivesse um tema futurístico;
Tem um Cucco que pode ser transformado em mulher, usando pó mágico, no Kakariko Village;
As Anti-Fadas do jogo podem ser transformadas em Fadas com o pó mágico;
Existe um glitch que faz com que Link não recupere o bumerangue e ele fique indo e voltando repetidamente;
Outro glitch permite que o jogador ande através das paredes. Se usado corretamente, é possível completar o game em 3 minutos;
É possível derrotar Agahnim com a rede de caçar insetos;
Um dos soldados inimigos utilizaria um canhão. Ele tem o design completo e foi totalmente programado, mas não o utilizaram na versão final do game;
Reggie Fils-Aime revelou que A Link to the Past é o seu jogo favorito de todos;
Não ataque os Cuccos.
Confira o primeiro comercial lançado no Japão
Uma lenda dos jogos
A Link to the Past foi um dos jogos que mais vendeu na história do Super Nintendo, vendendo mais de 4 milhões de unidades no mundo. Além disso, recebeu notas excelentes pela crítica especializada, sendo que quase todas chegaram bem próximo da nota máxima, algo muito difícil de alcançar e uma meta muito importante para os criadores de jogos.
A franquia The Legend of Zelda é uma das melhores de todos os tempos, não tem como negar. Toda a qualidade da história (mesmo que a linha do tempo tenha demorado para ser resolvida), da jogabilidade, da inovação e os gráficos ajudam a tornar esses jogos memoráveis. Como terceiro jogo da série, A Link to the Past ficou marcado na memória de muitos e ainda é considerado um dos melhores do SNES e da história. Com personagens cativantes (e alguns irritantes também), o jogo conta uma lenda clássica do herói enfrentando difíceis inimigos e progredindo até o momento de salvar o mundo.
Os quebra-cabeças que estão nas masmorras se tornam mais difíceis ao longo do jogo, mas em certas partes são um pouco repetitivos. É claro que isso não prejudica nem um pouco o jogo, que mostra toda sua qualidade em cada templo. Além disso, o extenso mundo de Hyrule/Dark World dá grandes possibilidades para o jogador explorar, fazendo missões paralelas que ajudam os mais diversos personagens e as recompensas são bastante gratificantes. O jogo não tem um mundo aberto como vemos hoje em dia, mas é possível ficar muito tempo explorado cada pedaço dos dois universos paralelos.
O jogo todo em si deve ser considerado uma obra de arte dos video-games. Utilizando os poucos recursos do Super Nintendo, ele aproveita cada detalhe para fazer com que o jogador interaja com o jogo e entre cada vez mais na história da Triforce. O marco histórico desse jogo pode ser visto até hoje, não só nos jogos subsequentes da franquia, como em outros games da história que se espelharam e o usaram como referência. Se você nunca jogou este game, está perdendo um tempo precioso, pois a diversão é garantida e Hyrule precisa de você.
Criador do A Casa do Cogumelo, Game Designer e Criador da Madpix Game Studio. Formado em Artes Visuais e Pós-Graduado em Game Design. Quatro vezes melhor do Mundo em Mario Kart 7 e apaixonado pela franquia Mario.