Star Wars é uma das franquias do cinema mais amadas de toda a história. Foi a saga que abriu espaço para os filmes blockbusters e virou referência para inúmeros filmes que surgiram depois. Com o sucesso monstruoso, muitos jogos foram lançados, tentando recriar o universo e a história de Star Wars. Hoje a nossa Máquina do Tempo vai nos levar para um jogo que recriou uma das características mais amadas da saga: as batalhas espaciais.
Nasce mais um
Se você está caindo nesse planeta agora, provavelmente nunca ouviu falar de Star Wars. A franquia de filmes foi criada por George Lucas e lançada originalmente na década de 70. Em meio a uma história de luta contra um império fascista, Star Wars criou diversas mitologias (Use the Force) que são amadas e criam teorias inimagináveis até hoje. Ambientado em um universo onde galáxias diferentes são alcançadas por diferentes raças, os diversos modelos naves são um objeto de apreciação comum. E por que não criar um jogo onde podemos usá-las?
A empresa responsável pela criação de Rogue Squadron II já havia trabalhado neste modelo antes, criando os jogos do Nintendo 64, Rogue Squadron e Star Wars Episode I: Battle for Naboo. A empresa havia recebido o protótipo do novo hardware da Big N enquanto trabalhava em Battle for Naboo. Inspirados pelo que poderiam aprimorar com o novo console, a equipe de produção ficou entusiasmada com a ideia de criar uma continuação para o Rogue Squadron do N64. A equipe de produção conseguiu recriar a cutscene de introdução, que foi tirado diretamente do filme e uma demo jogável em 19 dias.
A equipe da Factor 5 era composta por 25 membros e mais dois freelancers contratados. A produção da arte do jogo começou em 2000, um ano antes do seu lançamento. A LucasArts era responsável por desenhar os cenários e os gráficos do jogo. Quando a equipe da Factor 5 completou Battle for Naboo, se voltou completamente para o desenvolvimento do novo jogo, trabalhando especificamente na engine de Rogue Squadron II.
O mesmo sistema de desenho gráfico de Battle for Naboo foi utilizado neste game, mas com melhorias consideráveis, já que a capacidade do Game Cube permitia. Os planos à distância se desenham conforme o jogador se aproxima e ao chegar perto o nível de detalhe aumenta. A unidade de processamento de gráficos do console permitiu também que a equipe conseguisse criar o efeito visual em 3D que desejavam e que se assemelhasse ao máximo com os filmes.
Batalhas espaciais pra ninguém botar defeito
“A long time ago in a galaxy far, far away…” Esta frase inicia o texto clássico que conta um pouco do que está acontecendo no mundo em Star Wars. E como não poderia faltar, ela também abre o jogo, para que se assemelhe ainda mais com os filmes.
Star Wars: Rogue Squadron II recria os momentos épicos da trilogia clássica dos filmes. O game começa com a Aliança Rebelde lançando um ataque a mais poderosa e maligna arma do Império, a Estrela da Morte. Essa estação espacial tem a força para destruir um planeta inteiro em segundos. O clima da batalha segue o filme Uma Nova Esperança e a luta de Luke Skywalker para destruir a gigante estação em um sua nave X-Wing. A missão é quase impossível: entrar na superfície da Estrela da Morte, atravessar a imensa defesa e os caças inimigos e atirar projéteis de prótons em um minúsculo buraco que começará uma reação em cadeia e destruirá tudo. Com a ajuda do pirata espacial Han Solo e do poder da Força, Luke consegue ultrapssar os desafios e destruir a arma inimiga. Mas ele não espera que um inimigo mais maligno tenha começado a observar, o poderoso Darth Vader.
Depois de completar a missão, Skywalker e seu amigo Wedge, acompanham um comboio de suprimentos que parte de Yavin IV para Hoth. O problema é que este comboio caiu em uma armadilha e foi destruído. Depois de lutar contra os inimigos, os Rebeldes continuam em Hoth, mas assim como em O Império Contra Ataca, o Império descobre a localização da base e parte em uma invasão. A missão do Esquadrão Rogue é tentar parar ao máximo a invasão, derrubando as terríveis máquinas de guerra do Império, enquanto os rebeldes conseguem escapar do planeta.
A próxima missão será liderada por Wedge Antilles, já que Luke está viajando até Dagobah. O Esquadrão Rogue parte até uma instalação secreta do Império, localizada nas prisões de The Maw. Enquanto as naves se aproximam do local, tomado completamente por asteroides, eles recebem uma mensagem de um prisioneiro que se identifica como uma Rebelde chamada Karie Neth. Neth, que informa que foi presa durante a batalha de Hoth. Ela diz que conseguiu escapar com alguns outros, mas que precisam de ajuda para resgatar os prisioneiros que faltam. Enquanto o Esquadrão faz um ataque aéreo à base, Neth consegue salvar todos os Rebeldes presos e pega uma “carona” com Wedge.
Depois disto, Skywalker já está de volta com os Rebeldes, e consegue informações importantes para a rebelião. Junto com o Esquadrão Rogue, ele escoltam uma nave que está carregando esta informação para o Alto Comando Rebelde. A Aliança Rebelde acaba descobrindo que o Império está construindo uma nova Estrela da Morte, próxima a Endor. Eles conseguem se infiltrar na Academia Imperial, em Prefsbelt IV, e roubar uma nave de transporte Imperial para que possam chegar perto do gerador do escudo que está em Endor criando um escudo que protege a Estrela da Morte.
A frota Rebelde começa a se aproximar do ataque, mas precisam de gás tibanna para suas armas. Eles entram em contato com Lando Calrissian, que informa que sua mina de gás na Cidade das Nuvens está agora sendo controlada pelo Império e o Esquadrão Rogue terá que retirar a força o gás da cidade. Em um assalto, eles conseguem derrotar os imperiais que estão na Cidade das Nuvens e retirar os suprimentos necessários.
A seguir, eles partem para a última missão. Esta parte é reencenação do último filme da trilogia clássica O Retorno de Jedi. A batalha espacial segue a Aliança Rebelde em um ataque à segunda Estrela da Morte. Eles precisam destruir a frota Imperial até que o escudo que protege a poderosa arma seja destruído. Assim que a Estrela da Morte fica vulnerável, Lando e Wedge voam para dentro da Estrela da Morte e destroem o gerador de força, causando uma reação em cadeia e destruindo toda a estrutura.
Do a barrell roll ?
O jogo segue totalmente o combate aéreo, assim como foi no primeiro jogo da série. Cada uma das dez missões são introduzidas por uma breve explicação dos objetivos, que variam entre procurar o alvo e destruir ou proteger um aliado. No display da nave aparece a barra de medição da vida, um radar, contador de munição das armas secundárias e uma cruz, que permite que o jogador se comunique com sua equipe. Essa comunicação define se o jogador quer alterar a formação, focar nas naves inimigas ou fazer uma retirada estratégica.
As naves que o jogador pode controlar são: X-wing, A-wing, Y-wing, B-wing, Snowspeeder, T-16 Skyhopper e a amada Milennium Falcon. Cada nave tem um sistema único de funcionamento, que serve para cada missão. Inicialmente, o jogador só pode usar uma nave específica para a missão, mas depois de completar esta fase, é possível jogar com as outras naves liberadas. Existem onze tipos diferentes de power-ups, que estão escondidos ao longo das fases. Eles servem para melhorar as armas das naves, a durabilidade e a mira computadorizada.
A performance do jogador é medida durante as missões e as estatísticas irão garantir uma medalha de acordo com o desempenho. Para avaliar, são contabilizados o tempo que leva para completar a missão, o número de inimigos destruídos, precisão do tiro, número de amigos salvos, vidas perdidas e eficiência da mira computadorizada. Para premiar o jogador, de acordo com os resultados, são dadas medalhas de bronze, prata e ouro. Com essas medalhas, o jogador aumenta de rank e ajuda a liberar conteúdo secreto. Se o jogador completar todas as missões de treino e conseguir medalhas de ouro em todos os níveis, ele irá liberar o Ace Mode. Neste modo mais difícil, o jogador consegue liberar mais uma medalha ao completar as fases.
O conteúdo secreto que é possível liberar permite que o jogador jogue mais cinco fases bônus. Duas dessas fases são jogadas com a consagrada Milennium Falcon, enquanto em outras duas, o jogador controla Darth Vader e luta contra a Aliança Rebelde. O ultimo nível liberado faz com que o jogador batalhe em 99 ondas de ataque inimigo. Esses níveis podem ser comprados com número de pontos conquistados através do sistema das medalhas.
May the force be with you
Recriar o universo de uma franquia amada e seguida mundialmente é algo de grande responsabilidade. Qualquer passo em falso e o jogo pode cair no ódio coletivo, vender absolutamente nada e causar prejuízo às empresas responsáveis. Star Wars: Rogue Leader representa, e muito bem, o que é o universo Star Wars. Não é a toa que ganhou o prêmio dos críticos da E3 de 2001 como melhor jogo de ação.
Apesar de ser um jogo ambientado somente dentro das naves, ele jamais se torna repetitivo. As missões podem não ser extremamente complicadas, a não ser que você queira conquistar as medalhas de ouro, mas elas tornam o jogo atrativo e muito divertido. Mesmo aqueles que não são fãs ou não conhecem o mundo de Star Wars, conseguem se ambientar no jogo e criar um laço com os personagens e a luta da Aliança Rebelde.
Para os fãs de Star Wars, o jogo consegue recriar momentos épicos e fazer com que o jogador entre neste mundo, realizando o sonho de muita gente. Pilotar as naves mais adoradas do cinema, enquanto batalha contra um inimigo poderoso é algo que faz com que o jogador queira jogar muitas vezes. Ele ainda premia aqueles jogadores mais preocupados com recordes e libera um conteúdo interessante e divertido.
Star Wars Rogue Leader é um excelente jogo, com uma ambientação visual linda e efeitos sonoros que deixam o jogador arrepiado. A diversão é extrema em um jogo simples, mas de qualidade. E para quem ainda tem dúvida, ele entrou na lista do livro “1001 jogos para jogar antes de morrer”. Apreciem esta obra e que a Força esteja com vocês.