Vivemos nossa infância imaginando como seria estar dentro dos nossos desenhos animados favoritos. Aquele mundo fantástico onde coisas incríveis e totalmente fora da realidade acontecem. O vídeo-game é o que nos aproxima mais disso e muitas vezes pode se tornar uma experiência de imersão fantástica. Vamos ativar a nossa máquina do tempo e voltar para um jogo que começou nos arcades e depois ganhou o seu título para o Super Nintendo.
Estamos no ano de 1987, o Nintendinho completava três anos de existência e o sucesso do console já estava consolidado. Nessa época, os HQs eram um dos grandes meios de entretenimento dos jovens. Dentre elas, surgiu a HQ Teenage Mutant Ninja Turtles, conhecido no brasil por Tartarugas Ninja. Os quadrinhos das quatro tartarugas mutantes foi muito elogiado e para aumentar o sucesso, decidiram fazer um desenho animado. O desenho sofreu algumas alterações em relação aos quadrinhos, por que eles eram muito violentos para aparecer na televisão. As tartarugas tomaram formas mais amigáveis e carismáticas e deixaram o humor mais leve. A partir disso, o desenho serviu de inspiração para a criação de games. Três jogos foram lançados para NES e também para os fliperamas, o que demonstrava o sucesso que a série estava fazendo.
Foi então que em 1991 surgia o quarto jogo da franquia, Teenage Mutant Ninja Turtles IV: Turtles in Time, lançado no fliperama. Um ano depois, ganhou sua versão para o Super Nintendo. Nesta versão do game, existe a possibilidade de jogar em modo cooperativo com outra pessoa. Você pode escolher entre as quatro tartarugas, que apesar de muito semelhantes fisicamente, elas tem suas diferenças de habilidades, personalidade e também as armas que utilizam, além disso, podem ser identificados pela cor de máscara que usam. As tartarugas têm seus nomes baseados em grandes artistas mundiais, são elas:
Leonardo (azul): Ele é o líder das tartarugas. O mais tático e corajoso da turma. Ele tem grande senso de responsabilidade e comprometimento, por isso é ele quem toma as decisões do grupo. Usa duas espadas curtas como armas.
Michelangelo (laranja): O mais brincalhão e engraçado. É muito atrapalhado, mas é um dos mais corajosos. Tem um grande senso de amizade e está sempre pronto pra ajudar (depois de comer pizza). Utiliza dois Nunchaku como armas.
Raphael (vermelho): Ele é o bad boy do grupo. Determinado e hiperativo. Muitas vezes toma decisões precipitadas, pois deixa a raiva tomar conta. Usa um par de “Sai” (mesma arma da Elektra) como armas.
Donatello (roxo): É o mais inteligente de todos. Um cientista, inventor e gênio em tecnologia. Ele prefere usar o cérebro ao invés da força para resolver os conflitos. Utiliza um bastão de madeira como arma.
O grupo vive embaixo da cidade, dentro do esgoto e utiliza os encanamentos como transporte e atalho para combater as forças do mal. Eles são treinados pelo poderoso Mestre Splinter, um rato gigante que anda sobre duas patas. No jogo, tudo começa quando a repórter April O’Neil está em Liberty Island, fazendo uma reportagem. Ela já havia conhecido as tartarugas e acabou se tornando amiga deles, por isso eles a assistem sempre que ela vai ao ar na TV. De repente, o vilão Krang, uma espécie de cérebro sem corpo, rouba a estátua da liberdade. As tartarugas seguem então pelas ruas de Nova York, para resgatar a estátua e eliminar o poderoso inimigo que está por trás de tudo, o Destruidor.
Começando pela cidade de Nova York, o jogo atravessa diversos cenários. O estilo do jogo é beat ’em up e trouxe algumas inovações em relação aos outros jogos da série. Além de poder jogar com um amigo, escolhendo qualquer uma das quatro tartarugas, o gameplay se altera, trazendo a possibilidade de usar um ataque poderoso, acertando o inimigo diversas vezes, jogar um soldado inimigo no outro e também jogar o inimigo na “tela” da televisão. Cada mapa traz inimigos diferentes e um cenário especial, que tem armadilhas e desafios durante o trajeto. A jogabilidade é bem simples, algo que é quesito básico nesse tipo de jogo. Com os quatros botões do controle de SNES é possível realizar diversos combos e também voar pelo cenário com o golpe de voadora. No final de cada fase tem um chefe diferente e dá mais nostalgia ainda, pois são os mesmos inimigos do desenho animado. Mesmo que a dificuldade não seja enorme, a quantidade de lutas e as habilidades dos chefes tornam tudo mais interessante.
A trilha sonora é muito boa, com músicas que empolgam durante a jogatina e no momento climax, que é a chegada no boss, elas se alteram, ficando ainda mais emocionantes. Os efeitos sonoros fazem o papel básico de onomatopeias, com os sons dos chutes e socos e também das explosões. O visual cartunesco reflete bem os episódios do desenho e nos inserem nesse contexto de forma espetacular. Com o desenrolar da trama, as tartarugas acabam sendo enviadas ao passado pelo inimigo, fazendo as passar pelos mais diversos cenários. Elas lutam na era pré-histórica, contra dinossauros, na época do velho oeste, onde enfrentam ninjas com sombreiros. Sem contar os robôs malignos lançadores de raios, criados pelo cérebro Krang.
TMNT IV: Turtles in Time é um ótimo jogo do seu estilo. Trouxe tudo o que precisava, sem deixar a desejar. Não foi uma grande revolução na época, mas também não trouxe apenas mais do mesmo e o fato de poder jogar com heróis do desenho que você gosta o torna ainda mais atraente. Ele traz a sensação de que você está realmente dentro do desenho e participando dessas ações fazem desse jogo uma excelente fita de Super Nintendo. Além disso, poder jogar com outra pessoa torna ele ainda mais especial e divertido. Se você tiver a oportunidade de jogar, não perca tempo, com certeza vai gostar e se divertir de montão. COWABUNGA!!!