“Preparem suas almas, porque os seus corpos já nos pertencem!”
Essa frase, proferida por um oficial do BOPE no filme Tropa de Elite(2007), ilustra bem o game de hoje escolhido para estrelar a coluna Máquina do Tempo: Ultimate Mortal Kombat 3, sucesso na década de 90 para o nosso amado Super Nintendo. Vamos relembrar?
Dentre as franquias famosas do gênero à época, Mortal Kombat se destacava pela sua peculiaridade. Mais do que um jogo de luta, os requintes de crueldade na execução dos golpes contra os inimigos faziam dele um dos títulos preferidos da galera.
A história é o que menos interessa aqui, mas para não perder o costume falemos do enredo dessa sequência. Shao Kahn agora possui Mileena como aliada, a qual ele misteriosamente ressuscitou e faz Jade, junto com Reptile, perseguir Kitana para matá-la. Simples assim. Já sabemos o mais importante das alterações na história, vamos ao que interessa: porradaria, sangue jorrando e ossos quebrando!
UMK III não sofreu mudanças em seu modo de jogo, o modelo 2D ainda prevalece, mas há inclusões e retiradas que merecem ser mencionadas, em relação ao seu antecessor e aos consoles concorrentes. Novos lutadores como Jade, Kitana, Scorpion, Smoke e Reptile estão no menu de opções. Quase todas as personagens mulheres são dubladas pela já veterana na série Becky Gable, e todos os personagens com indumentária ninja – Sub-Zero, Scorpion, Reptile, Rain, etc – recebem John Turk como dublê.
Os cenários continuam soturnos e intimidadores, com uma trilha sonora de conotação semelhante, fazendo qualquer um jamais querer participar de torneios como esse, se não bastasse a premissa básica de que só vence quem sobrevive, nada facilita a vida dos combatentes mortais. Combos que causam mais dano foram incrementados aos queridinhos Liu Kang e Sonya Blade, porém o golpe clássico de Liu, o “bicycle kick”, agora já nos fazia perder parte da barra de speed. Na versão de Super Nintendo não foi acrescido o golpe final Animality(fiquei “chatiado” quando soube disso =), que transformava seu personagem em um animal específico e devorava o adversário, mas para a nossa alegria tínhamos o Brutality, que também era um golpe de finalização, só que ele desferia uma série de socos e pontapés sucessivos e extremamente rápidos no inimigo, e ao final desse massacre ele explodia em ossos para todos os lados. Sutil não?
Novos fatalities, golpes específicos e sprites modificadas ainda faziam parte das inovações, o que nos permitia uma gama maior de combinações e maneiras de aniquilar os oponentes de formas variadas a cada round e a cada luta. Se você leitor(a) prefere um combate corpo-a-corpo, Scorpion e Kitana são extremamente vorazes, se gosta de algo mais furtivo e distanciado, Smoke, Reptile e Rain dão um trabalhinho de derrubar. Se sua opção é por alguém mais robusto, o Sub-boss Motaro e o boss Shao Kahn agora estão selecionáveis no modo versus.
Infelizmente a franquia Mortal Kombat acabou afastando alguns gamers que curtem os títulos de luta, por ter um gameplay absurdamente rápido e sequências difíceis de countear, dada a velocidade dos golpes proferidos se compararmos a outros sucessos do gênero como Street Fighter, Tekken e Soul Calibur, mas pôde oferecer uma experiência diferente nos modos de jogar, o que atraiu uma fatia significativa de fãs.
Ultimate Mortal Kombat III se sagrou como um dos multiplayers mais divertidos para o saudoso Super Nintendo, na singela opinião desse redator que vos escreve. Foram incontáveis as tardes com os amigos em torno do console e as zoações quando alguém levava um Fatality/Brutality. Valeu a pena cada momento, e de vez em quando é sempre bom revisitarmos e deixarmos um pouco de lado nossos Wii e 3DS, a fim de uma vibe mais vintage. Essa foi mais uma Máquina do Tempo, espero que tenham curtido, até breve!