Na segunda-feira (18), a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu a compulsão por games como um dos problemas de saúde mental que compõem a 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID).
A medida classificada relata tal compulsão por jogos eletrônicos como um “padrão de comportamento persistente ou recorrente” que pode se estender ao nível de “tomar a preferência sobre outros interesses da vida“. Entretanto, a OMS afirma que casos compulsivos sobre jogos eletrônicos – batizados de “gaming disorders” – são muito raros, ocorrendo somente em 3% dos jogadores.
Para Mark Griffiths, pesquisador da Universidade Nottingham Trent, e que estuda a obsessão por games há 30 anos, “os videogames são um tipo de aposta não financeira. Os apostadores usam o dinheiro como forma de manter um placar, enquanto os gamers usam os pontos.”
A inclusão do vício em games como um transtorno compulsivo servirá para ajudar a identificar situações de riscos e tratar pacientes de forma mais eficiente. A identificação dos sintomas foi exemplificada pelo psiquiatra Cirilo Tissot ao Jornal Nacional: “Quando eu começo a deixar de fazer outras obrigações, ir na escola, estudar, frequentar relacionamentos sociais, de amigos, quando eu começo a fazer isso em função de jogo, esse é principal sintoma de que a pessoa está viciada, esta compulsiva nessa atividade.”
A dependência em games é similar às com outras atividades quando o cérebro libera dopamina, um neurotransmissor que gera sensações de prazer, resultando no vício.