Sempre que um novo console é lançado, aguardamos por jogos inesquecíveis, com experiências que façam valer cada centavo investido no console. Nesse ponto, enquanto as franquias da velha guarda oferecem maior segurança em sua qualidade, as novas IPs precisam de uma boa campanha de marketing e diferenciais que garantam a preferência dos jogadores.
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Um bom jogo. Mas pouco visado pelos donos de Wii U. |
E o que tenho reparado no Wii U, que chega ao seu terceiro ano de atividade, é que ainda há pouca exploração em todos os seus recursos técnicos e de jogabilidade. Os Amiibos foram uma ideia genial, e alguns games possuem ideias interessantes com o Game Pad, como Mario 3D World, Captain Toad: Treasure Tracker, ZombiU e Kirby and Rainbow Curse. Porém, ainda faltam mais ideias, coisas que podemos colocar na mesa de vez e dizer: “o meu console tem o que os outros não tem”. Temos alguma esperança com Splatoon, Star Fox e Xenoblade Chronicles X, mas aguardemos.
No Papo de Gamer de hoje, tal qual eu fiz no post de duas partes falando sobre como as franquias da Nintendo poderiam se apresentar em outras mídias, vou apresentar algumas ideias de games que poderiam explorar todo o potencial do Wii U. São apenas pitchs malucos de alguém que começou a estudar o mercado de games há pouco, então fiquem à vontade para discordar e palpitar o quanto desejarem.
Um Terror em que Não se pode Gritar
Entre os gêneros que mais fazem falta na Nintendo desde o Wii são os de terror, o que vai desde o Survival Horror até aos de visual mais grotesco. Mesmo com a exclusividade de Fatal Frame, que chega para o ocidente até o fim do ano, precisamos de variedades para suprir essa lacuna no mercado.
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Como não tomar um susto com esse Cramunhão? |
O Wii U dispõe em seu Game Pad de algo que nem mesmo os programas de captura de movimentos e áudio de outras empresas possuem: microfone embutido. Embora em um primeiro momento ele não se diferencie aos outros microfones enquanto ferramenta de comunicação, por que não utilizá-lo como uma ferramenta dentro do jogo?
Pelo subtítulo acima, você já deve imaginar aonde quero chegar. Um jogo de terror ideal enfatiza não apenas os sustos dos jogadores, mas todo o clima de tensão que antecede a fatídica reação. Ter um jogo desafiador não apenas internamente, com sua jogabilidade e Level Design, mas externamente, forçando o jogador a segurar aquele grito, seria interessante.
“E por que raios não se poderia gritar?”, você deve estar se perguntando. Vamos colocar a imaginação para funcionar, até mesmo em um contexto realista: se você não quisesse atrair a atenção de uma criatura, por mais perigosa e assustadora que ela fosse, você não gritaria, certo? Pois bem, essa seria a proposta: caso o jogador gritasse ao se assustar com um monstro, outras criaturas seriam atraídas, tornando o game ainda mais difícil.
Mas isso não teria a metade da graça se não houvesse motivos o suficiente para alguém pular das cadeiras (ou sujar as calças, depende da sua reação), não é? Isso é o que tornaria esse game especial.
A Volta de um Clássico
Uma das tendências que tem ocorrido nas diversas mídias de entretenimento é fazer novas versões de materiais que fizeram muito sucesso em décadas passadas. Com os games não é diferente: vemos com alguma frequência versões remasterizadas de games queridos pela geração 16 e 32 bits, isso quando não ocorre um reboot completo. A própria Nintendo fez muitos relançamentos para seus portáteis de games clássicos de sua biblioteca.
Mas não é isso que estou sugerindo aqui. A ideia é trazer algo que os fãs ovacionam até hoje, algo que parece ser intocável, quando na verdade só precisa trazer aquele espírito cativante daquela época, sob novas roupagens. A Nintendo conseguiu traduzir esse sentimento há bons 10 anos, quando trouxe F-Zero GX e sua atualização para o clássico game de corrida. E o que eu sugiro é outro clássico das corridas que curiosamente fez mais sucesso aqui no Brasil do que em outros países.
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Sim, caro leitor da velha guarda, você já descobriu qual é. O nome Top Gear hoje é mais associado ao programa automobilístico britânico do que o game de SNES em si, mas isso não seria um problema. Muito pelo contrário: até onde sei, o programa fala muito sobre como deixar o seu veículo mais potente, e seguindo esse caminho junto à trilha sonora marcante e todos os elementos que compõem o antigo game, fariam uma volta triunfal.
Explico melhor. Além de trazer todas aquelas pistas e campeonatos vistas no game original, um novo Top Gear poderia trazer customizações a níveis microscópicos, caso seus jogadores desejassem. E isso poderia ser de peças internas a pinturas externas – não necessariamente um tuning, embora a ideia seja boa -, mas não limitar a imaginação dos jogadores. E a segunda tela do Game Pad seria perfeita para adicionar detalhes mais minuciosos.
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Faltou um ponto importante: como você acha que deveria ser a jogabilidade? Arcade ou Simulador? |
Incluir detalhes como criação de montadoras, equipes de manutenção, entre outras, poderiam dar um charme a mais. Isso sem contar um Story Mode digno de filmes clássicos do gênero, como Gran Prix e o recente Rush.
Carros licenciados? Se nem as pistas existem de verdade, porque nós nos preocuparíamos com carros que já existem? Criar o seu próprio modelo seria o desafio.
Porradaria Nonsense
E por fim chegamos a outro gênero com poucos exemplares no Wii U, os jogos de luta. Seu maior representante na plataforma sem dúvidas é Super Smash Bros, e apesar de alguns ports, poderíamos explorar esse gênero de novas maneiras. E pensando nisso, tenho uma referência interessante para a concepção de um game de luta.
Quem teve um Dreamcast ou conseguiu jogá-lo algumas vezes deve se lembrar de Power Stone, uma série da Capcom com apenas dois jogos, porém com várias mecânicas que seriam utilizadas em outros games, como o próprio Smash Bros. A começar pela sua arena isométrica cheia de armadilhas e obstáculos, servindo como um adversário adicional para os jogadores. Os personagens carismáticos também faziam enorme diferença, embora o enredo não fosse muito diferente de um Battle Shonen mediano. Ainda assim, ambos os games eram bem divertidos.
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Seria bem legal QUEBRAR TUDO! |
Então por que não explorar os cenários isométricos em um game de luta? Aliás, se pararmos para pensar, ter um ambiente em que tudo pode ser utilizado como arma seria bem mais “realista” que boa parte dos games de luta (Injustice já nos mostrou como isso pode ser possível). A segunda tela do Game Pad poderia explorar esses aspectos destrutivo, mostrando sugestões, ou com o próprio jogador destruindo o local com a tela de toque visando apoiar seu personagem e prejudicar o inimigo.
E nem preciso falar do elenco de lutadores. As culturas japonesa e americana já oferecem esteriótipos o suficiente para explorarmos todos os tipos de possibilidades.
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Nada muito diferente do que você já está acostumado em animes e mangás… |
Gostaram das ideias? O que vocês gostariam de ver no Wii U? Acham tudo isso que falei muita maluquice? Deixem aí nos comentários, e vamos fomentar a imaginação, já que a Nintendo anda devendo um pouco nessa parte.