Análises

Análise: DOOM Eternal

O ano de 2020 com certeza surpreendeu a todos. Entre os diversos desdobramentos inesperados do ano, a indústria dos videogames nos ofereceu algumas ótimas surpesas em um ano que parecia remar contra a maré se pensarmos em bons jogos.

Entre essas coisas boas, eis que DOOM Eternal rouba a cena. O frenético FPS que é um clássico desde os anos 90 recebeu o efeito vinho, ficando melhor com o tempo. Com o reboot da franquia em 2016, muitos conceitos foram revisitados em DOOM Eternal, que pareceu absorver bem isso.

Lançado em 20 de março de 2020, inclusive dividindo aniversário com Animal Crossing: New Horizons, DOOM Eternal nos mostra a razão de ter tido sua cadeira garantida entre os concorrentes para Jogo do Ano.

Confira nossa análise de DOOM Eternal, fruto da nossa parceria com a Bethesda para vocês, leitores!

Sobre a curiosidade acima: A página de DOOM no Twitter compartilhou essa foto com a legenda “Feliz Novos Horizontes”. Own!

História

Não espere um enredo extremamente elaborado e cheio de reviravoltas. DOOM é assumidamente compulsivo por momentos de ação e assim que você definir uma dificuldade (menção honrosa para a dificuldade “Um Tapinha Não Dói”, obrigado por isso versão PT-BR) a pauleira já começa!

Em uma rápida cutscene nos é visto que o Doom Slayer, apelidado carinhosamente pelos fãs por “Carinha do Doom” recebe os pedidos de socorro da Terra, que teve quase 60% de sua estrutura consumida pelos invasores.

Enquanto ouve tudo isso, nosso Carinha do Doom se prepara com armas e armadura para rastrear o sinal do Sacerdote Infernal, um portal é aberto e estamos prontos para a ação!

Jogabilidade

Eu vou imaginar que existam dois casos para os que leem o que escrevo aqui: No caso número 1 você já ouviu falar sobre DOOM e talvez seu interesse tenha crescido nos últimos meses, por uma versão de Switch estar a caminho e pelo espaço conquistado pelo shooter no The Game Awards. O caso 2 é de um fã que provavelmente jogou todos (ou a maioria) dos jogos e quer muito se dar essa experiência definitiva.

Para você, meu amigo do caso 1: não desista pelo excesso de “o que está acontecendo aqui?” já que a ideia do jogo foi desde sempre ser uma experiência frenética e nesse entrante da franquia, eu enxergo um ápice. Tudo corre de você e com você, então não espere momentos serenos e sossegados para achar uma posição estratégica par atirar, já que a correria exige que você esteja 100% focado e em movimento.

Agora, para os amigos do caso 2: eu sei que tudo isso é exatamente o que te faz amar DOOM, por isso continuo a incentivar o primeiro grupo! A jogabilidade em Eternal soa calibrada e ágil o tempo todo, com uma mira estável mesmo na correria e todas as opções de armas são prazerosas de usar, já que elas te recompensam com algum tipo de necessidade, seja munição ou saúde. Os combates são intensos mas as recompensas não te deixam na mão, o que cria essa necessidade imparável de estar sempre enfrentando algum monstro.

Gráficos

O port para Nintendo Switch saiu quase 9 meses depois do lançamento original para PS4, Xbox e PC. A versão de Switch chegou dia 8 de dezembro e nesses 9 meses fomos capazes de apreciar muito a jogabilidade nos consoles com poderio gráfico superior e não dá para negar que existe uma diferença nítida.

Apesar de existir, essa diferença gráfica não atrapalha em nada visualmente e por incrível que pareça, em perfomance também não. Estamos falando de um jogo pensado para uma geração de consoles e PCs robustos e em menos de um ano a mesma experiência nos foi entregue em um console que não foca nisso e o resultado foi mágico. Tudo está lá e funcionando muito bem, não existe nada “capado” nesse jogo.

A única estranheza existirá caso você tenha curiosidade técnica e compare lado a lado o que precisou ser adaptado para que o port funcionasse, mas mesmo assim, ainda existirá um reconhecimento pelo bom trabalho na parceria entre Bethesda e Panic Button.

Trilha Sonora

Eis aqui um dos poucos jogos que fiz questão de pegar meus headphones para jogar. Em 2020, fiz isso em apenas três casos: Em Fortnite, para conversar com meus amigos, em Super Mario 3D All-Stars para apreciar as músicas de Galaxy e agora com DOOM Eternal, que tem um constante heavy metal espetacular de Mick Gordon.

O excesso de violência com uma música mais alta em um cenário apocalíptico soa ideal para um heavy metal, não? Pode apostar que a experiência ficou tão boa quanto soa!

Veredito

A review avaliou não só a pura experiência de se jogar DOOM, mas também o quão satisfatório foi a performance do port para o console da Nintendo. DOOM tem um nicho muito específico de pessoas que apreciam ação constante e não é a toa que está arrancando suspiros há décadas.

O espaço entre março e dezembro de 2020 foi essencial para que DOOM fosse elogiado inclusive por fãs que já tinham jogado, além da indicação para ser um dos melhores jogos do ano. Era óbvio que os donos de um Switch queriam por as mãos nessa experiência e é gratificante ver que ela foi cuidadosamente pensada para o híbrido da Nintendo.

Enxergo o trabalho em Eternal como um próximo degrau para a franquia em níveis de estratégia, opções e até mesmo colecionáveis. No cenário atual de poucos jogos em PT-BR darem as caras na Nintendo, abrir o jogo e ele já detectar meu idioma, com menus e dublagem (de excelente qualidade) sem esperar por patches ou atualizações foi um fator bônus para os jogadores brazucas donos de um Switch ficarem ainda mais contentes com o que foi portado.