Análises

Análise: Kirby Fighters 2

Kirby Fighters 2 é a sequência do jogo lançado originalmente para Nintendo 3DS, como um dos 3 modos de jogo de Kirby: Triple Deluxe, e chegou de surpresa para Nintendo Switch no final de setembro, para deleite dos fãs da bolinha rosa.

A chave para análise foi fornecida pela Nintendo.

História

Meta Knight e King Dedede se juntam para finalmente derrotar Kirby! Seu plano é desafiar nosso herói no topo da “Buddy Fighters Tower”, o fazendo passar por desafios a cada andar. Infelizmente, Kirby não entendeu o que estava escrito na carta dos desafiantes. Mesmo assim, Kirby se junta a um amigo e segue para a torre.

Muito do foco da narrativa gira em torno da amizade formada entre duas pessoas que caminham juntas. Meta Knight e King Dedede formam uma dupla com muita personalidade e muito carisma, sendo um dos pontos altos do Story Mode.

Esse é o enredo do modo história do jogo. Sem floreios e arcos narrativos complexos, o jogo parte logo para a luta!

Jogabilidade

Kirby Fighters 2, como o nome indica, é um jogo de luta. Logo ao ver imagens do jogo, a primeira e mais óbvia comparação é com Super Smash Bros., pois múltiplos personagens lutam simultaneamente em times ou individualmente. As batalhas podem acontecer em 20 arenas diferentes que, além de ter um background diferente, apresentam plataformas e perigos distintos. Apesar das semelhanças, este jogo tem duas grandes diferenças. A primeira é que se derrota os oponentes zerando seus pontos de vida, como em um jogo de luta convencional. A segunda é que praticamente só há Kirbys no campo de batalha.

Ao todo, são 17 variações de Kirby e mais 5 “buddies, somando 22 personagens jogáveis, incluindo a estreia de Wrestler dentre as habilidades de Kirby. Esse grande repertório e os diferentes conjuntos de golpes únicos dão opções suficientes para cada estilo de jogador. Há tipos rápidos, lentos, focado em combos ou apenas um ataque mais fortes, há também estilos focados em agarrões e até ataques a distância. Todos os movimentos são executados de forma simples, com combinações entre o botão de ataque (botão B) e o direcional. Além dos golpes, os lutadores têm agarrões (botão Y), pulo e voo (botão A) e escudo (botões L e R).

O jogo possui 3 modos de jogo: Battle Mode, Story Mode e Single-Handed Mode. Há também uma sala de treino onde pode-se testar os personagens contra dois inimigos que ficam parados. Todos os comandos de golpes podem ser acessados pelo menu de pausa, com os botões + e -. Durante as telas de load, é comum ver dicas de combos para maximizar o dano contra seus inimigos.

O Battle Mode é o modo clássico de batalha entre até quatro lutadores controlados por jogadores ou pelo computador em lutas solo ou em times. O Single-Handed Mode é um modo para apenas um jogador que funciona como um time trial de nove batalhas seguidas, sempre recuperando a vida entre os duelos, ao contrário do Story Mode.

O prato principal do jogo é o Story Mode. Pode ser jogado por até 2 jogadores em cooperação. O modo é dividido em capítulos, cada um com uma torre cada vez mais alta a ser escalada, em estrutura semelhante a Mortal Kombat. Diferentes inimigos o aguardam em cada andar, as vezes com modificadores, como o surgimento de apenas um tipo de item ou movimentação acelerada. Eventualmente um Boss aparecerá, começando sempre pelo clássico Whispy Woods em sua versão duplicada, Twin Woods, se inserindo na temática de “buddies” do jogo.

A cada andar vencido, você pode escolher entre alguns itens para ajudar na subida. Alguns melhoram seus atributos, como ataque e vida, outros melhoram itens dentro da batalha ou seu dano contra um tipo de inimigo específico. Todas as suas batalhas, independente do modo de jogo escolhido, rendem Fighter Points que aumentam o seu Fighter Rank. A cada Rank alcançado, você ganha uma recompensa que pode ser um lutador novo ou alguma variação cosmética, um novo item para o Story Mode ou uma nova fase e música para o modo batalha.

Os jogos Kirby são claramente voltados para um público mais novo. Desta forma, as primeiras horas do jogo são bem fáceis e dão recompensas em um ritmo bastante acelerado. Para jogadores mais experientes, algumas horas já são suficientes para liberar todos os personagens.

Gráficos

É um jogo bonito, com cores vibrantes que segue a estética de Kirby tradicional, sem surpreender, como em Epic Yarn. Apesar disso, traz alguns toques de nostalgia, passando pela história da série em alguns estágios com participação de Dyna Blade, Gigavolt em seus aparências originais e vários inimigos em sprites em 8 e 16 bits.

Alguns estágios e as animações de alguns lutadores específicos possuem animações muito grandes visualmente e que deixam a bagunça da luta um pouco exagerada, tornando a ação confusa e difícil de se acompanhar. Os ataques do Kirby artista, por exemplo, soltam tinta com cores bem vibrantes em uma área relativamente grande e, combinadas com outras explosões, tremidas de tela e perigos do cenário, podem esconder por completo o seu lutador.

Os diferentes chapéus desbloqueáveis para algumas das variações de Kirby dão uma certa customização ao jogo. Diferentemente de Super Kirby Clash, não é possível customizar a arma e armadura de Kirby independentemente. A inclusão dessa opção adicionaria mais uma camada interessante ao jogo, mesmo que apenas cosmética.

Som

A trilha sonora do jogo se baseia nas músicas clássicas da série de todas as gerações e mantém o ritmo animado das batalhas. Os efeitos da luta também são bem satisfatórios, dando peso aos golpes e os caracterizando bem.

Conclusão

Um jogo claramente de investimento e escopo menores que as principais franquias da Nintendo, entrega uma experiência agradável e simpática que pode trazer divertimento para todas as faixas etárias.

Senti falta de mais profundidade em diversos pontos do jogo. Nas mecânicas, a falta de diversidade de movimentos incomodou a princípio, mas me surpreendi em como fiquei envolvido, tentando dominar as diferentes combinações de golpes para cada situação. Nos sistemas, não há muito além do que pode ser visto logo no início. Se avança para liberar personagens e algumas modificações. Me pareceu uma oportunidade perdida não dar uma opção de customização mais complexa, podendo ser integrada ao Fighter Rank.

Todos esses pontos são, de certa forma, amenizados pelo carisma que o jogo tem e a progressão constante, que só exige um real esforço para avançar a partir do Rank 50.

Ganhei quase 10.000 Fighter Points quando precisava de cerca de 2.000 para subir um Rank inteiro…

O último Kirby ao qual realmente me dediquei foi, provavelmente, Kirby Super Star de SNES durante o final dos anos 90. Já em 2020, Kirby Fighters 2 me fez lembrar de velhos favoritos, como Cutter e Bomb, me deixou com saudades das sinergias entre as habilidades e os companheiros animais de Kirby’s Dreamland 2 e me apresentou a várias das novas habilidades, como Staff, Beetle e Archer, me deixando com bastante vontade de revisitar a série. Portanto, acho que faz um bom trabalho de manter a franquia relevante, mesmo sem revolucionar em nenhum aspecto.