Ah, Pokémon… dos cartuchos com 150 monstrinhos para os quase 900 em milhares de consoles e celulares, com diversas novas propostas nestes 25 anos, que inclusive são comemorados em 2021. Depois de Pikachu e seus (muitos) amigos darem as caras em todo o tipo de projeto, nos apresentando às mais diversas regiões no processo, as criaturas que movimentam bilhões querem movimentar ainda mais ao se inserirem no MOBA, ou Multiplayer Online Battle Arena, se preferir.
Em um cenário onde gigantes como LoL e DotA já mobilizam eventos gigantescos, times de eSports e diversos conteúdos Online, a The Pokémon Company se enxergou nesse contexto lançando Pokémon UNITE, um MOBA que repensa o competitivo dos monstros de bolso, é grátis e pode ser baixado no seu Nintendo Switch desde o dia 21 de julho de 2021, enquanto uma versão mobile a caminho ainda no mês de setembro do mesmo ano.
Com pouco mais de uma semana no ar, nós da Casa do Cogumelo paramos para jogar e te contar um pouco sobre como têm sido a experiência de UNITE no Switch. Vamos a ela!
História
Você achou que a Pokémon Company ia deixar pontas soltas? É claro que há uma razão para batalhas 5×5 entre Pokémon que evoluem durante o combate! A ilha de Aeos é uma região conhecida por permitir que os Pokémon aprimorem suas forças e habilidades com muito mais agilidade, se comparado a outras regiões.
Por conta dessa anomalia, a ilha é visada por muitos treinadores, que levam seus Pokémon para que possam participar de eletrizantes batalhas por lá!
Para os que não estão familiarizados, o gênero MOBA pode ser traduzido como Batalhas em Arena com Multiplayer Online. Nesse gênero um campo é divido em dois, onde dois times adversários se esforçam para dominar a maior parte do mapa em equipe, usando suas habilidades para este meio. Falando em habilidades, aqui os Pokémon possuem papéis específicos, então é importante selecionar e interpretar um papel dentro do mapa. Isso acontece com maior facilidade se sua equipe tiver uma boa sinergia, então a estratégia é a chave!
Jogabilidade
Depois de tantas propostas além da linha tradicional da franquia, era de se esperar que o gênero MOBA seria bem abraçado e funcionaria, e foi exatamente o que aconteceu. Com a grande diferença entre os tipos e habilidades dos Pokémon, ficou bem interessante os diversos papéis inseridos em campo de batalha.
Com quadros estáveis, espere partidas sempre fluídas e constantes. Em mais de uma semana jogando todos os dias, tanto no cabo (usando um adaptador Ethernet) quanto no Modo Portátil, não presenciei quedas de frames, sempre ali entre 59 e 60fps no caso da Dock e 29 ou 30fps no portátil. Existem raros casos de “quedas” para 55fps ou 28fps respectivamente, mas nada que atrapalhe ativamente.
A única coisa que pode frustar um pouco é a velocidade de movimentação. Para quem jogou mais Pokémon do que MOBAs, é um pouco esquisito ver um Bulbassauro e um Snorlax andando na mesma velocidade, por exemplo. Além disso, quando você se aproxima das zonas inimigas, existem trechos onde você é desacelerado, para que haja uma vantagem do time dominante. Frusta um pouco, mas é um mal necessário para que o campo funcione como se espera.
Gráficos
Vale ressaltar que, para concluir seus objetivos em UNITE, é preciso coletar Energia Aeon com pontos que são pegos tanto derrotando Pokémon selvagens neutros espalhados pelo mapa, quanto ao derrotar seus adversários do time oposto. Ao fazer isso, você coleta alguns pontos, que devem ser depositados na arena inimiga. Com isso, a animação dos Pokémon “fazendo o gol” é muito bonita e única, o que já por si só diz muito sobre os gráficos.
Percebe-se claramente que todos os modelos foram revisitados e pensados exclusivamente para essa dinâmica, independente de ser Pokémon com 3 evoluções ou apenas uma forma, todos foram tratados com o mesmo carinho.
Seja à distância no campo de batalha ou de perto nos menus, tanto os Pokémon quanto os treinadores estão com modelos e aparência bem vivas. Para o assinantes do Passe de Batalha, existem diversas opções estéticas que dão ainda mais vida e personalidade para o que é visto nas telas. Além de claro, te diferenciar dos não pagantes.
Trilha Sonora
A parte sonora é onde eu vejo UNITE pecar. Claro, essa análise deve ser vista como um “primeiras impressões”, afinal um dos aspectos mais incríveis de um MOBA é sua constante evolução, com personagens, balanceamento, fases e claro, Trilha Sonora sendo sempre revisitados e adicionados. Mas após 10 dias no ar, Pokémon UNITE não me surpreendeu com suas trilhas.
Ao mesmo tempo que isso pode ser um bom ponto para alguns, que aumentam o foco na ação, pode ser um pouco chato para outros, que gostariam de músicas novas como é o caso de Pokémon GO ou até músicas retrabalhadas, como vimos em Let’s Go Pikachu/Eevee.
De novo, essa realidade pode ser diferente em alguns dias ou meses e espero morder a língua em um futuro próximo, mas como primeiras impressões, as trilhas estão neutras. Nem sendo as mais marcantes, nem sendo as mais esquecíveis.
Veredito
Se você desconsiderar alguns comportamentos da comunidade, como o abandono constante de partidas e o não entendimento do objetivo (vejo muitos players interessados em matar oponentes mas não em marcas pontos), o jogo é muito competente para o que foi proposto e pode te render horas de diversão em chamadas de áudio longas entres amigos.
UNITE se preocupa em ser didático ao te colocar em tutoriais de combate e até mesmo te auxiliar pelo menu depois de diversas partidas jogadas. Incluir os Pokémon no gênero MOBA foi uma excelente jogada, já que a evolução constante do mesmo encaixa-se perfeitamente com a trajetória dos monstrinhos de bolso, com potencial criativo e estratégico quase infinito.
Em 10 minutos, você acompanha seu Charmander virar um Charizard, enquanto derrota Pokémon neutros e adversários, para acumular pontos em partidas Online, possibilitando fazer isso entre amigos. É bom demais pra ser verdade, não é? Mas Pokémon UNITE já existe e você está a um download de distância dessa experiência free-to-play que muda tudo o que conhecemos sobre o competitivo de Pokémon.