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Análise: Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2

Com a ascensão de jogos de futebol ganhando um público fiel todos os anos, alguns esportes conseguiram beber dessa mesma fonte, como o basquete e o futebol americano. Nesse caminho gamer-esportivo, tivemos algumas ótimas pérolas que merecem não só um destque anual (ou pelo menos, mais frequente), mas também merecem ser revisitados.

É aí que entra o skate! quando falamos do esporte radical onde o equilíbrio é a chave, nós temos alguns sinônimos para definir o esporte e com certeza um deles é o nome de Tony Hawk, que construiu uma sólida história dentro e fora das pistas.

Falando um pouco mais sobre o sucesso fora das pistas, Tony Hawk ganhou dois excelentes jogos, onde o desafio de dominar as manobras radicais foram repassados aos controles dos videogames. Agora temos a oportunidade de revisitar isso tudo, com o compilado refeito que é Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2.

Confira abaixo nossa análise sobre esse radical retorno, que agora chega ao Nintendo Switch!

Essa análise só foi possível graças a chave digital do jogo, gentilmente fornecida pela Activision.

Para a missão de um retorno fiel ao que nos foi mostrado no Playstation 1 e Nintendo 64, ninguém melhor capacitado que a própria Neversoft, empresa que trouxe os jogos originais e ficou responsável pelos remakes. Parece besteira, mas esse detalhe com certeza agregou muito para que o estúdio pudesse abraçar novamente um projeto antigo e melhorá-lo com o que temos à disposição hoje, tecnologicamente falando.

Com isso, o grande atrativo de Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2 com certeza é o retorno em nova roupagem e o respeito ao que foi realizado na época. Os tópicos abaixo analisam ponto a ponto do que vale ficar de olho ao adquirir o remake!

Jogabilidade

De todos os acertos nesse retorno às raízes para o Pro Skater, o mais notável foi a jogabilidade. Estamos falando de uma experiência pura e muito bem adaptada. Algumas ideias são legais demais para apenas viver no passado, enquanto outras são boas apenas em sua época. Pro Skater mostrou que a ideia é sim, boa o suficiente para vestir aprimoramentos e continuar tão divertido quanto já foi em consoles antigos.

Para os mais chegados a Nintendo, eu senti como se estivesse pulando com o Mario na série New Super Mario Bros., onde é óbvio que os pulos estão aprimorados mas, mesmo assim, soa nostálgico e funcional como sempre foi. Agora, acrescente essa sensação em ollies, grids, flips, corrimões e muito mais!

Como o jogo é bastante frenético, ele exige uma alta precisão. Com isso, os FPS importam bastante aqui, mas não se preocupe: posso adiantar para os donos de um Switch ficarem tranquilos, já que, durante a minha experiência, o jogo não sofreu de engasgos ou qualquer outra intromissão por performance. Se você errar uma manobra (como eu errei várias vezes), a culpa é do seu pouso errado e não da queda de frames.

Gráficos

O atraente remake saiu em 2020 para outros consoles e PCs e realmente a restauração e remodelagem gráfica foram pontos altos. Mesmo o Nintendo Switch precisando de uma atenção especial para que o remake funcione na realidade do console, ele continua extremamente atraente em sua parte gráfica, não deixando desejar em nada visualmente.

Estamos falando de um jogo onde você só fica parado em menus. Com isso, o remake no Switch usou e abusou de texturas mais borradas ou menos nítidas, para realmente focar no que importa: a consistência. Você teria de parar o skate e assistir com calma o cenário e, mesmo assim, vai achar satisfatório. Por questões de hardware, nunca poderemos comparar diretamente com uma versão para PC, por exemplo, mas a versão do Switch está bem completa, com o plus que amamos e sempre defenderemos: você poderá viver essa experiência no modo portátil.

O trabalho foi tão bem feito que fiz o teste com pessoas da minha família que nunca consumiram um jogo da série, mostrando trechos de gameplay e depois revelando que o jogo original é de anos atrás e a reação foi de espanto, já que ele se comporta como um jogo novo, ao mesmo tempo que é “antigo”, nostálgico e funcional para os fãs de carterinha.

Trilha Sonora

Ok, a cereja do bolo de Tony Hawk Pro Skater 1+2 pode ser os novos gráficos e a jogabilidade refinada, mas é indiscutível o espaço positivo que a Trilha Sonora possui para o sucesso do game.

Mantendo-se praticamente intacta, as músicas são um túnel (ou seria um pipe?) de volta para a época e também para as jogatinas mais antigas. Ainda na linha de incrementar positivamente a experiência, o nosso querido Chorão aparece na playlist, com a música Confisco.

Fato curioso ao falar de Chorão e Pro Skater 1+2: quando foi anunciado, houveram diversas petições para que o músico entrasse no elenco de skatistas. Apesar de não chegar em vias de fato nisso, o nosso querido skatista brasileiro, Bob Burnquist (que é inclusive um personagem jogável aqui), concordava que Chorão deveria fazer parte do jogo de alguma forma, inclusive ligando para Tony Hawk para que possibilitasse isso. É um remake com mais um pedacinho do Brasil, que foi muito bem representado, agora também na música.

Veredito

Os jogos de esporte, feliz ou infelizmente, sempre sofrerão da mesma ameaça: muito provavelmente seu maior público será o de quem aprecia o esporte. Não é uma regra, mas uma tendência que deixa esse gênero fadado a um nicho específico.

No caso de Tony Hawk, mais especificamente esse remake, eu vejo uma exceção a regra. O jogo foi capaz de trazer o público que jogou e se divertiu no PS1 e N64, trouxe aquele público infantil que tinha um “jogo de skate” em casa e conscientemente optou por revisitá-lo nos dias de hoje, mesmo sem acompanhar o cenário tão ativamente.

A fórmula pode não agradar a todos, mas Tony Hawk Pro Skater 1+2 foi capaz de deixar fãs antigos orgulhosos, com uma roupagem e mecânicas revisitadas, mantendo o “núcleo saudade” intacto para os saudosos.