O quão irônico é os filhos do pai do Mario terem um contato forte com games… que não são do Mario? Shigeru Miyamoto contou em uma entrevista para o The New Yorker que seus filhos jogavam diversos jogos, que não eram apenas os sucessos em que estava envolvido como Mario e Zelda, e sim alguns jogos da SEGA, como Out Run e Harrier.
Ao invés de ficar pensando muito no assunto, Miyamoto se dizia inspirado em trabalhar mais duro ainda para “que eles prefiram os que eu fiz”.
Ainda falando sobre seus filhos, Miyamoto diz que sua função na indústria nunca dirigiu um comportamento dentro de casa e que nunca existiu alguma pressão relacionada a jogar o que fosse imposto, já que isso anda na contramão da diversão.
Por fim o criador do Mario traz a importância de desenvolver jogos e ter um contato forte com crianças, o que gera um relacionamento saudável com os jogos, já que a interação era acompanhada de perto:
“As crianças sentem que não podem parar de jogar, pois está tão divertido. Isso é algo que eu entendo e simpatizo. É importante que os pais joguem os jogos, justamente para entender o por que dos filhos não quererem parar até o próximo ponto de save, por exemplo. Falando dos meus filhos, eu tive a sorte de eles sempre terem uma boa relação com videogames. Nunca precisei restringir ou tirar deles.
É importante ressaltar que na minha casa, todos os videogames eram meus e as crianças entendiam que estavam pegando emprestado. Se eles não seguissem as regras, eles sabiam que eu poderia só pegar de volta [risos]. Quando o tempo estava bom, sempre incentivava para que saíssem para brincar.
Teve uma vez que eu tive a chance de brincar com o meu neto. Ele estava jogando um jogo da Nintendo, o Captain Toad, e seus olhos brilhavam; ele estava imerso na experiência. Então eu consegui entender que um pai pode ficar preocupado com quão imerso seu filho possa estar em um jogo. No meu game design, eu sempre encorajo uma relação entre pais e filhos que seja fundamentalmente nutritiva. Eu ajudei meu neto a navegar pelas estruturas 3D e aposto que elas foram sendo construídas na cabeça desse menino de apenas 5 anos. Pensei comigo mesmo que isso irá ajudar no crescimento dele.”
É muito interessante ouvir o como é tratado o relacionamento com jogos do lado de quem colabora há anos com a indústria. Você imaginava essa visão de Miyamoto?