Se tem uma coisa que tem frustrado muitos jogadores no mercado atual de Games é a questão do Multiplayer. Sim, temos iniciativas louváveis e até bem interessantes, mas online. Onde estão os jogos que valorizavam o Multiplayer local, em que você juntava os seus amigos em casa e passava horas de jogatina? Nos últimos anos, esse recurso está cada vez mais raro…
… E felizmente, a Nintendo não se esqueceu desse mercado! Apesar de suas iniciativas online ainda serem bem precárias em comparação a concorrência, seus jogos mais recentes exploram o multiplayer local de diversas maneiras. Smash Bros, Mario Kart 8, Hyrule Warriors, Donkey Kong: Tropical Freeze, Kirby: The Rainbow Curse trazem maneiras divertidas de se aproveitar o game em grupos e tornar a experiência marcante para todos. Isso sem contar os que estão por vir.
Uma das crias de New Super Mario Bros. |
Se existe um mercado propício para os multiplayers presenciais, por que vemos cada vez menos lançamentos com essas opções? Vamos pensar um pouco…
Um pouco de Nostalgia/Saudosismo
Não tive um Nintendo 64. Mas tive muitos colegas de escola e de prédios que possuíam, com quatro controles e tudo mais, e me lembro como era divertido os multiplayers dos games daquela época. 007: Golden Eye, Mario Kart 64, Star Fox, Conker’s: Bad Fur Day (motivo de muitas brigas fora do console. Veja no vídeo abaixo e entenda), e tantos outros são só alguns exemplos de como o game tinha vida longa apenas com seus modos para vários jogadores.
Minha infância e parte da adolescência, assim como a de muitos da minha geração e da geração passada, fora marcada pelas grandes atividades em conjunto com os colegas de escola ou de vizinhança, quando o mundo virtual era uma novidade estranha e não tão funcional. O mundo não era menos seguro quanto é atualmente, mas as crianças eram um pouco mais espertas e soltas o suficiente para se virarem.
Certo, e o que tudo isso tem a ver com a questão dos Multiplayers?
Mundo Real ou Mundo Virtual?
Vivemos uma época de grande conectividade. Chega a ser tristemente engraçado ver em um ônibus, filas de espera ou mesmo em rodas de amigos os pescoços abaixados e fones de ouvido pendurados em atividades variadas em smartphones.
A facilidade de acesso a internet permitiu conexões muito mais acessíveis entre as pessoas, e quer gostemos ou não, tem diminuído o contato físico, o que dificulta relações sociais mais saudáveis. É só observar os casos de Bullying cada vez mais absurdos e a dificuldade daqueles que sofrem em lidar com isso.
Todos esses fatores, direta ou indiretamente, interferem na produção de games. Se todos podem jogar confortavelmente na segurança de suas casas, qual o sentido em criar um modo que poucos ou ninguém irá jogar?
10 anos de sucesso apenas com Multiplayer não é brincadeira. |
Outro fator que influencia na falta de bons modos locais de multiplayer é a possibilidade de jogadores massivos num mesmo game. É só observarmos os games de gênero MOBA ou FPS e sua grande popularidade entre os jogadores atuais. Games deste gênero permite que grandes quantidades de jogadores possam jogar ao mesmo tempo, algo que antigamente era mais comuns em Lan Houses e ambientes similares.
Mesmo com tais tendências, temos bons exemplos de como o Multiplayer local pode ser bem explorado, haja vista a pequena lista acima. Resta saber como trazê-lo de maneiras que beneficiem ambos os públicos.
Explorando o Potencial dos Multiplayers
Tenho uma boa expectativa de que Splatoon, que será lançado em Maio para o Wii U, irá trazer parte das respostas que precisamos para melhorar as experiências do multiplayer local. Ao projetar um game, os designers devem ter em mente que caso haja um bom multiplayer, deve haver um incentivo para trazer a experiência para um grupo mais particular. Afinal, videogames também costumam fazer parte de festas e atividades locais.
Além disso, um bom multiplayer incentiva o trabalho em equipe ou espírito competitivo entre os jogadores de maneira saudável. E em casos como os de Smash Bros, uma hilária bagunça. Com a compreensão básicas de que games, mais do que um enredo grandioso e jogabilidades inovadoras, devem ser divertidos, podemos revisitar aquelas experiências valiosas da infância.