Mais uma E3 passou, com suas vergonhas alheias, seus destaques, as novidades e as bolas-fora. Também foi a primeira que acompanhei com mais atenção em muitos anos. Sim, eu sei que vocês estão mais interessados na opinião do site a respeito do que foi o Digital Event da Nintendo, e vocês podem conferir um dos nossos pontos de vista neste vídeo.
Agora, darei a minha opinião a respeito. Vou procurar não comparar a Digital Event com as demais apresentações; e se você acompanhou um pouco do que foi essa semana na E3, sabe o que rolou e não precisa ser ressaltado aqui. Porém, farei uma comparação com o Digital Event de 2014, e analisarmos juntos o que diabos aconteceu com a Nintendo esse ano.
Hype. Muito Hype.
Vamos começar com os eventos antes da E3. A Nintendo veio numa crescente de popularidade e apoio dos fãs desde meados de maio, com a propaganda bem direcionada de Splatoon, e as boas vendas do mesmo. Já fazia algum tempo que não haviam grandes lançamentos, e a última Nintendo Direct não havia sido tão promissora nesse sentido.
Com o bom lançamento de Splatoon, logo em seguida vieram outros pequenos rumores: uma novidade da Platinum Games, outro da Retro Studios, uma parceria da Nintendo com uma Third Party… Logo, os anseios do público por novos jogos foi grande. Eu mesmo comecei a me empolgar um pouco mais, visto que o Wii U é um alvo de compra forte.
Divertidíssimo. Falarei mais em breve. |
E no domingo, 14 de Junho, eles começaram o hype antes mesmo da própria E3. O Nintendo World Championship voltou com tudo, trazendo toda a aura de nostalgia e novidades que a Big N continua mantendo de certa forma nos últimos anos. E ali mesmo, veio o primeiro anúncio de um novo game: BlastBall, uma espécie de futebol futurista com robôs gigantes. Nada mal, até aí.
Ah, e no mesmo dia, no período da manhã aqui no Brasil, a impensável inclusão de Ryu, de Street Fighter, a Smash Bros deu um novo gás ao game, e que sinceramente me faz pensar quem eles vão trazer da votação aberta ao público. E pra completar a cereja, pouco antes do torneio, o port do primeiro Mother, agora Earthbound Begginings, para o Virtual Console do Wii U, com anúncio do próprio criador da série, Shigesato Itoi. Em suma, os fãs da Nintendo estavam muito empolgados com o que poderia vir no Digital Event.
Fica a torcida para King K. Rool para os próximos DLCs. |
E então, o fatídico 16/06. Como um presságio do que estava por vir, minha internet aqui em casa caiu pouco depois do início da apresentação. Ainda tive tempo de pegar um pouco do processo de produção do Star Fox de Shigeru Miyamoto, antes da chuva pesada cortar o meu sinal por quase duas horas. Curioso, não li em site algum o que houve na convenção, e assisti uma “reprise”, já que no momento em questão a Treehouse com Star Fox já estava acontecendo.
É… Eu também fiquei decepcionado com a apresentação. Sobre Star Fox, deixarei meus comentários para os próximos Papo de Gamer.
“Não deram o que eu queria, agora eles vão ver.”
Fazendo uma rápida relação com a E3 2014 em termos de novidades, a Nintendo trouxe praticamente a mesma quantidade de games inéditos, focando desta vez no 3DS. Corrijam-me se eu estiver errado na lista abaixo, incluindo os games inéditos que a Nintendo iria lançar entre 2014 e 2015, e agora de 2015 e 2016. Lembrando que os games que não estão na lista de 2014 e de 2015 já haviam sido anunciados pela empresa ANTES da E3.
Logo, Shin Megami Tensei X Fire Emblem, Hyrule Warriors, Bayonetta 2, etc., não entram. Também não incluí os que estão sem data de lançamento, o que entram nessa lista Project Giant Robot e Zelda U (sim, eu sei que temos trailer e que já falaram que será para 2016. Mas também disseram no ano passado que o game sairia esse ano, então… né).
E3 2014 E3 2015
Devil’s Third Star Fox Zero
Splatoon Mario Tennis Ultra Smash
Mario Maker Animal Crossing: Amiibo Festival
Kirby: Rainbow’s Curse Metroid Prime: Federation Force
Pokemon: Omega Ruby/Alpha Saphire The Legend of Zelda: Tri Force Heroes
Captain Toad: Treasure Tracker Mario & Luigi: Paper Jam
Repararam? A mesma quantidade de jogos novos anunciados. Então, qual foi, DE VERDADE, o erro da Nintendo e o motivo de tanto ódio por parte dos fãs até agora? Ao meu ver, deram muito foco a poucos games (basicamente, Star Fox e Super Mario Maker), e deixaram de lado potenciais anúncios que, apesar de trazidos anteriormente, poderiam dar as caras com maior ênfase na dita feira. Por exemplo, Tomonobu Itagaki, o responsável por Devil’s Third, fez um vídeo dando alguns detalhes sobre a trama, o gameplay e o multiplayer. Diabos, a Nintendo precisa de mais games assim, e onde ele estava na feira?
Devil’s Third recebeu um trailer do Multiplayer na E3. Mas o estrago foi tão grande que passou despercebido… |
Outros exemplos também incluem lançamentos futuros. No dia seguinte ao Digital Event, Fatal Frame: Maiden of Black Water ganhou um novo trailer e alguns detalhes de gameplay. Na própria Direct, fora apresentado um novo trailer de Shin Megami Tensei x Fire Emblem, mas sem grandes detalhes. Ter aumentado um pouco o volume de informações sobre o mesmo, no lugar dos detalhes nos Amiibos de Yoshi’s Wooly World, ajudaria um pouco na popularidade quase exclusiva do Japão sobre o dito cujo.
Isso sem falar dos indies. Tem alguns projetos bem interessantes chegando exclusivamente para Wii U, como o curioso Fast Racing Neo, quase uma mensagem do tipo “se a Nintendo não faz F-Zero, nós fazemos”. Inclusive, o game ganhou um gameplay ao vivo na treehouse, e tá F@#$. Vejam o link com o gameplay: é mais uma prova de que o mercado independente é tão importante quanto o mainstream.
Existem muitos “se” nas falhas do Digital Event, que poderiam ser evitados com uma melhor organização de suas novidades. Porém, também houve muito exagero por parte dos fãs nas reações negativas ao lançamento (achei bom os comentários negativos no trailer de Federation Forces no canal da Nintendo no Youtube; e ridículo a petição para cancelamento do game), e um certo orgulho por parte da Nintendo ao não reconhecer as falhas de planejamento em sua organização. Comparando novamente ao ano anterior, o conjunto de novidades, somado ao torneio de Smash Bros realizado exatamente após ao Digital Event, ajudou o suficiente a dar moral a Big N.
Um futuro nebuloso? Ou uma possível Redenção?
A imagem fala por si só. |
Sinceramente, eu não sei. A princípio, temos apenas um lançamento de peso para o Wii U no próximo ano, o misterioso The Legend of Zelda inédito. Somado a isso, teremos detalhes do NX, praticamente um novo console de mesa da Big N, bem como sua parceira a DeNa no mercado Mobile.
Até o fim do ano, teremos pelo menos mais duas ou três Nintendo Directs, e esperamos que nelas, hajam novidades realmente interessantes para quem possui um Wii U. E que haja uma resposta mais significativa da empresa, pois tenho minhas dúvidas se o rage do fãs, que até então não havia acontecido numa proporção como essa, e a própria postura dos acionistas, não farão a Nintendo dar uma olhada mais específica ao que lhe é dito.
Mas como vi em uma frase que costumam aparecer em timelines de Facebook e Google Plus: “não se avexe, que amanhã pode acontecer qualquer coisa. Inclusive nada.” O melhor que podemos fazer no momento, é esperar novidades. Dar uns tabefes para a Big N acordar pra vida. E aproveitar os bons jogos que ela tem. Afinal, mesmo com as novidades que a concorrência trouxe, ainda são promessas sem datas. Ao menos nisso, a Nintendo acertou com seus anúncios.
E aguardem mais artigos no tema, ainda tem bastante água pra rolar. Deixem nos comentários o que vocês acham, mas sem rage, certo? Eu quero acreditar que somos pessoas esclarecidas o suficiente para não defendermos marcas da mesma forma que torcedores de futebol defendem cegamente seus clubes. Até a próxima.