Welcome stranger! Hoje vamos falar de Mana Spark, uma pérola dos games nacionais de 2018 – e olha que temos muitas obras de peso este ano. O game é para todos aqueles que amam os games soulslike, roguelike e arte em pixel. Partiu análise.
“Tonight we stand together
Together we defy the dark
The days to come are better
We just need a mana spark”
Lutar pela sobrevivência, lutar em todos os sentidos, você terá de ser rápido, forte e inteligente. Lutar com todas suas habilidades será a chave para sobreviver em Mana Spark. Você é um dos poucos sobreviventes que ainda estão com vontade de lutar, e a luta será injusta. As outras espécies podem dominar a magia, eles tem mana e a raça humana não.
Os humanos quase foram levados ao extermínio por não dominarem a magia e você, caçador, será o responsável por proteger o acampamento e virar esse jogo. Mesmo em número inferior e poderes “inferiores”.
Você é uma das únicas fagulhas de esperança, mas não estará sozinho, terá outros dois personagens jogáveis contigo: a guarda com sua besta e o guerreiro de espada e escudo. Sempre que você começar uma partida nova poderá escolher com qual jogará, claro, após desbloquear ele nas telas – de início, somente terá desbloqueado o caçador
A história pode parecer clichê, mas ela é muito bem ambientada e grande parte dela é apresentada através de leituras e comentários que o jogador irá encontrar nos livros em missão – comentários sinistros e que vão ajudando o jogador a construir a narrativa.
GAMEPLAY
Os inimigos são fortes e podem te matar rapidamente no menor deslize, e acredite, você será pego desprevenido e/ou num deslize qualquer, e será fatal. Os inimigos atuam com uma IA (inteligência artificial) muito boa e (pasmem!) eles cooperam entre si para acabar contigo. Não é raro ver um oponente ranged ir para detrás de um com escudo e avançar como uma unidade só para te pegar.
Não é um Diablo, você não irá para cima louco para bater e matar todo mundo. Você é minoria e fraco (sem mana forever) terá de lutar com habilidade e estratégia, usar o cenário para se proteger e recuar para escolher o melhor ângulo de ataque. Deverá usar armadilhas do cenário para empalar e destruir o oponente. Domínio e precisão são a chave da sobrevivência aqui, numa gameplay que te lembrará Dark Souls e Monster Hunter, onde sua habilidade e conhecimento do inimigo são a chave do sucesso.
Ao explorar as telas, você irá recolher runas que podem ser usadas para múltiplas melhorias do personagem: desde pratos de comida ampliadores de habilidades, análise da fraqueza dos inimigos e até melhorias nas armas secundárias. Este fator ajuda a minimizar a frustração das mortes, sempre voltando na próxima missão com um pouco de melhorias para tentar novamente – algo que me remete ao plataforma Dead Cells.
Nas primeiras tentativas, você irá achar o game injusto e punitivo pelas mortes. Com o tempo e domínio do personagem e dos inimigos, o jogo se mostrará mais justo e tão punitivo quanto antes. Se você morrer, voltará do início somente com seus upgrades já estabelecidos, enquanto todas as runas acumuladas na tela serão perdidas.
A mecânica de luta é maravilhosa: os três personagens dispõem de arma principal, uma arma secundária que são distribuídas pelas telas, mas somente sendo viável ficar com uma por vez, essas com diversas habilidades e variações, desde bombas que congelam, mini torres que lançam flechas até paralisadoras de tempo – todas com tempo de recarga e possibilidade de serem melhoradas com gasto de runas.
São três personagens jogáveis: o caçador com arco e velocidade mediana, a guarda com sua besta rápida e velocidade alta e o guerreiro de espada e escudo lento e poderoso. Os três personagens, junto com as combinações de armas secundárias, dão a possibilidade de criar estilos de jogo para todo tipo de jogador, aumentando o fator replay do game.
As telas são geradas de forma procedural, ou seja, são criadas de forma aleatória cada vez que você jogar ele, sendo possível, em cada partida ser surpreendido até por aquele inimigo que você está habituado.
ESTÉTICA
Pixels com perfeição. Você irá notar as folhas da árvore caindo, as tochas se apagando com uma flechada aleatória e os pedaços dos inimigos ao explodi-los. A arte está muito bela e detalhada, e todos os cenários são bem detalhados construídos com muita criatividade – reparem no efeito das flechas voando sobre a água.
Os personagens têm uma perspectiva minimalista, não possuem rosto e traços específicos, igual aos inimigos mais chamativos, exceto os chefes de cada tela – esses são bem detalhados e expressivos.
Uma sacada legal da galera da BEHEMUTT e Kishimoto Studios, as criadoras do game, foi transformar as inevitáveis mortes in-game em algo para guardar de lembrança (além do ódiozinho no coração daquele orc maldito). Ao morrer, o jogo te dá a opção de salvar os últimos instantes de gameplay em formato gif, com direito a efeitos de zoom e desacelerar a cena, tudo para você guardar esse momento mágico.
A trilha sonora ajuda na ambientação e funciona bem em todas telas, tanto nas iniciais, passando a sensação de solidão, até as últimas telas, onde o negócio fica brabo. Os efeitos das armas, inimigos e cenário estão de parabéns.
VEREDITO FINAL
Mana Spark é um título que entrega tudo que promete de forma magistral, sendo feito com muita qualidade por um time pequeno. Mais um game nacional mostrando o potencial da nossa galera. O game é muito bem feito e vale cada centavo gasto nele.
Os fãs de roguelikes e soulslike não vão passar vontade e o prazer em finalizar essa obra dominando seu personagem e superando cada inimigo desgraçado será muito satisfatória. Compra garantida.