Análises

Análise: The Last Blade: Beyond the Destiny

Seguindo a iniciativa de trazer títulos clássicos do Neo Geo Pocket, após o lançamento de SNK Gals’ Fighters e King of Fighters R-2 e Samurai Shodown! 2, foi lançado The Last Blade: Beyond the Destiny, adaptação dos dois primeiros jogos da série para o portátil.

Recebemos uma chave para fazer esta análise.

História

A história do jogo é muito resumida para se encaixar, basicamente, na abertura e diferentes finais do jogo. Isso faz com que a narrativa não seja transmitida muito bem, deixando grande parte do foco na jogabilidade. Apesar disso, há pergaminhos de conteúdo que podem ser comprados e dão mais contexto aos lutadores, além de dar acesso aos minijogos, artes e cenas finais.

Jogabilidade

O jogo se comporta de forma muito similar aos outros jogos trazidos para o Switch. Há 2 botões de ação, um de ataque com sua arma e um de chute, que podem realizar uma variedade de movimentos e magias se combinados com o direcional possibilitando um grande número de combos.

Se o combo encaixar, é possível tirar metade da vida de uma vez

Jogando, senti uma familiaridade com o personagem principal, Kaede, devido aos movimentos similares a Ryu e Ken, de Street Fighter. O movimento de meia lua pra frente e ataque solta um projétil, como o hadouken, e o “z-move” desfere uma espadada ascendente, como o shoryuken. Mas o jogo vai além disso, incluindo um pescador que ataca com tartarugas e ou até mesmo o personagem que parece ser rival de Kaede, o também espadachim Moriya, que também usa as combinações de Street Fighter, mas com resultados diferentes.

Essa é um dos pontos fortes do jogo. Há uma grande variedade de estilos de luta a serem explorados, já que cada um dos 9 personagens jogáveis inicialmente possuem características definidoras bem marcantes.

O jogo pode ser jogado em singleplayer nos modos:

– Story Mode
– Survival
– Time Attack
– Training

Além destes, há 2 modos secretos, desbloqueados com pontos adquiridos após cada batalha, e o modo multiplayer bastante objetivo, apenas uma batalha entre dois jogadores que pode ser jogada em modo portátil, cada um com um Joy-Con, da seguinte forma:

O modo multiplayer lembra as antigas “table arcades”

Gráficos

Os gráficos são quase idênticos aos outros jogos trazidos do Neo Geo Pocket, aproveitando do estilo “Super Deformed” para caracterizar bem cada personagem. Há um grande destaque dos lutadores em relação ao cenário devido à utilização de basicamente uma cor para cada combatente e com um contorno bem definido, deixando-os sempre bem visíveis, mesmo no modo portátil.

As cores vívidas são mais bem aproveitadas nos retratos dos personagens, quando o jogo pode utilizar mais de uma cor, dando mais detalhes às roupas, feições e armas. Na tela de luta, as cores do cenário são mortas, com um contraste baixo, deixando tudo meio acinzentado, na maioria das vezes. Apesar de isso não deixá-lo tão bonito, serve o ponto alto do jogo, que é a jogabilidade.

Vários displays dão uma certa customização ao jogo

A emulação se mantém a mesma dos outros jogos, dando opções de customização dos controles, display e filtro, trazendo algumas skins novas para o display do console, adicionando opções transparentes, deixando os circuitos internos do Neo Geo Pocket visíveis como o saudoso GameBoy Color Atomic Purple.

Sons

A trilha sonora do jogo é bem simples e continua o tempo todo durante uma batalha, mesmo na transição de um round para o outro. Todo trabalho de som do jogo é competente, mas não chega a brilhar em nenhum momento.

Veredito

Como parte da coleção de jogos trazidos do Neo Geo Pocket, é muito similar aos outros títulos, sendo difícil diferenciá-los apenas de relance. Isso dito, cada um tem certas peculiaridades associadas às suas franquias que podem agradar ou desagradar a cada um.

Com toda essa semelhança, tanto os pontos positivos quanto os negativos tendem a se repetir. A história rasa e o ritmo lento em que novos pergaminhos podem ser comprados (as vezes é preciso terminar o jogo 2 ou 3 vezes) deixam grande parte do conteúdo do jogo atrás de uma barreira que muitos talvez não estarão dispostos a superar.

Rewind, rewind, rewind, VITÓRIA!

O sistema de rewind deixa nas mãos do jogador como utilizá-lo. Pode-se apenas utilizá-lo para corrigir comandos errados, devido à imprecisão dos Joy-Cons, ou explorá-lo ao máximo, deixando a vitória sempre ao alcance do jogador e facilitando um pouco o esforço necessário para ganhar mais pontos.